Cadeias operatórias e sistema tecnológico do sí­tio Santa Luzia, município de Pedrinópolis, Minas Gerais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Denardo, Thandryus Augusto Guerra Bacciotti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/71/71131/tde-03012019-154509/
Resumo: Os primeiros vestígios arqueológicos cerâmicos do sítio arqueológico Santa Luzia foram descobertos durante a realização de curvas de nível na fazenda homônima; os fragmentos foram então enviados ao IEPHA-MG para restauração. Desde 2014, o sítio foi inserido no âmbito do Projeto Quebra-Anzol por Alves e equipe a fim de se estudar a história de longa duração da ocupação indígena no vale do Paranaíba; as datações preliminares colocam o sítio Santa Luzia como o sítio lito-cerâmico mais antigo da região, com cerca de 1830 anos. O presente trabalho descreve tanto o trabalho de campo realizado, com prospecções com coleta de superfície e pesquisa intensiva de campo, bem como as análises morfológicas e arqueométricas realizadas sobre os fragmentos cerâmicos e análises tipológicas dos artefatos líticos encontrados no sítio arqueológico, dentro dos conceitos de cultura material, fato social total, habitus, cadeias operatórias e sistemas tecnológicos, cadeias comportamentais e Arqueologia da Paisagem. Através da análise da cerâmica, bem como da tipologia lítica, buscou-se assim evidenciar as cadeias operatórias presentes na produção material do assentamento descoberto. Foi possível perceber o profundo domínio do meio ambiente, através da escolha do local onde o sítio se encontra, que se constitui em um lugar persistente dentro do contexto estudado no Projeto Quebra-Anzol, estando a meia-vertente e próximo a fontes de água. Também é inegável o domínio tecnológico do povo que ali viveu, seja pela produção de grandes vasilhames cerâmicos, alguns com mais de 400 litros, seja pela manufatura lítica. Os dados aqui discutidos mostram que era um povo agricultor-ceramista e com grande adensamento populacional, relacionado aos Kayapó Meridionais. Por fim, a fim das peças não se tornarem estáticas e mortas atrás de vitrines de Museu, também foi realizada uma proposta de educação patrimonial, considerando os processos de ressignificação no fato museal, bem como a questão da acessibilidade, além de possibilidades de se levar os vestígios à sala de aula. Também se pensou na ocupação do Museu de Arqueologia pelo público através de propostas como oficinas de lascamento e de bordado ou programas radiofônicos.