Identificação de preditores do comportamento metastático em paragangliomas para a construção de um escore prognóstico (EPPGL)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Perez, Daniela Yone Veiga Iguchi
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-27082024-124145/
Resumo: INTRODUÇÃO: Paragangliomas (PGL) são tumores raros de localização adrenal (PGLAd) ou extra-adrenal (PGLexAD). Metástases ocorrem em ~ 5% 35% dos PGLs, sincronicamente ou muitos anos após o diagnóstico inicial. Não há preditores seguros para doença metastática. OBJETIVO: Construir um escore prognóstico para previsão do potencial metastático em PGL. O objetivo secundário foi identificar preditores prognósticos em PGL metastático (PGLM). MÉTODOS: Análise retrospectiva de dados clínicos e laboratoriais dos pacientes com PGL diagnosticados no Hospital das Clínicas - Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, entre 1967 a 2019, e avaliação histológica e imuno-histoquímica (IHQ) de seus tumores. Os pacientes foram divididos em dois grupos: PGLM (com metástases) ou PGL não metastático (PGLNM sem metástases durante seguimento 96 meses após a cirurgia). Realizadas análises uni e multivariada para identificar variáveis associadas a comportamento metastático. A partir de coeficientes obtidos na última análise foi construído um escore de risco. Para investigar preditores prognósticos nos PGLM, este grupo foi subdivido em PGLM agressivo (PGLMa - pacientes que faleceram 72 meses após cirurgia) e PGLM indolente (PGLMi - pacientes que sobreviveram > 72 meses após cirurgia). Curvas de Kaplan Meier foram construídas para estimar sobrevida específica da doença (SED). RESULTADOS: Avaliados 263 pacientes com PGL (idade média 39,7 ± 16,7 anos, 56,3% sexo feminino, 82,5% PGLAd, 15,2%, PGLexAD e 2,7%, PGLAd + PGLexAd). Selecionados 35 pacientes com PGLM e 110 com PGLNM. Na análise univariada presença de sintomas, variantes patogênicas no gene SDHB, concentrações de ácido vanil mandélico e de noradrenalina (NAU) urinários, PGLexAd, tamanho tumoral e pontuações no Pheochromocytoma of the adrenal gland scaled score (PASS) e no Grading system for adrenal phaeochromocytoma and paraganglioma (GAPP) estiveram associados ao comportamento maligno enquanto a IHQ para CHGB apresentou correlação inversa. Na análise multivariada, quatro dessas variáveis permaneceram relacionadas à doença metastática e compuseram o Escore Prognóstico de Paragangliomas (EPPGL): necrose (33 pontos), > 3 mitoses/10 CGA (28 pontos), extensão para tecido adiposo (20 pontos) e PGLexAd (19 pontos). A área sob a curva (AUC) da curva Receiver operator characteristic (ROC) foi de 0,970 e o corte de 24 pontos teve sensibilidade de 89,5% e especificidade de 91,5% para diagnóstico de PGLM. O risco de doença metastática foi alto para EPPGL 40 (> 80%), intermediário para 20 < EPPGL 39 (~30% a 80%), baixo para EPPGL 19-20 (~10%) e praticamente nulo em pacientes com EPPGL=0. Nos PGLM, a IHQ-Ki-67 3% esteve relacionada à menor SED. CONCLUSÕES: O EPPGL é de fácil obtenção e mostrou boa performance na discriminação do potencial metastático. A IHQ-Ki-67 foi um bom marcador de agressividade em PGLM. Ambos podem ser ferramentas úteis na individualização do seguimento pós-operatório dos pacientes com PGL