Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Fagundes, Gustavo Freitas Cardoso |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5135/tde-16092024-144614/
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Resumo: |
Introdução: os feocromocitomas e paraganglioma (PPGLs) são tumoresneuroendócrinos derivados das células cromafins da medula adrenal (feocromocitomas) ou dos gânglios simpáticos paravertebrais torácicos e abdominais ou dos gânglios parassimpáticos cervicais ou da base do crânio (paragangliomas). Os PPGLs constituem os tumores com maior taxa de hereditariedade com variantes germinativas provavelmente patogênicas ou patogênicas (VPs) em 40% dos casos. Variantes oncogênicas somáticas estão implicadas no desenvolvimento de PPGLs em cerca de 30% desses tumores. Dessa forma, aproximadamente 30% dos casos permanecem sem causa genética atribuível. Objetivo: investigar novas causas genéticas dos PPGLs não metastáticos sem diagnóstico genético definido após investigação usual. Métodos: o sequenciamento completo do exoma germinativo foi realizado em 42 pacientes portadores de PPGL não metastáticos (22 deles pareados com DNA tumoral), sem VPs germinativas nos genes mais frequentemente associados aos PPGLs e com alto risco para doença hereditária (pacientes com paraganglioma de qualquer idade, feocromocitoma não metastáticos diagnosticado <45 anos, doença multifocal ou história familiar positiva de PPGL em parentes de primeiro ou segundo grau ou a presença de outra neoplasia). O sequenciamento do exoma humano da BGI foi realizado com o DNBSEQ tecnologia de sequenciamento, com DNA Nanoballs. Para seleção de potenciais novos genes candidatos, aplicou-se uma análise de alvo com o enriquecimento de 3485 possíveis genes de suscetibilidade aos PPGLs, divididos em 3 clusters, associados às seguintes vias celulares: resposta celular à hipóxia, mitocôndria e ciclo de Krebs (cluster 1), ligadas a tirosinas quinases (cluster 2) e Wnt (cluster 3). Resultados: a mediana da idade ao diagnóstico foi 36 anos (variando de 5 a 72 anos). Feocromocitoma foi diagnosticado em 25 pacientes e paraganglioma em 19 pacientes, com tamanho tumoral de 5 cm (1,4 a 13 cm). O sequenciamento exômico identificou variantes germinativas (patogênicas ou VUS) em genes já associados aos PPGLs em 7 pacientes. Duas VPs germinativas nos genes CHEK2 (c.475T>C p.Tyr159His) e BRCA2 (c.3680_3681delTG p.Leu1227fs) foram identificadas em dois pacientes. No feocromocitoma do paciente com a variante germinativa no BRCA2 não foi identificada nenhuma variante oncogênica. Uma variante germinativa com perda de função (c.280A>T p.Lys94*) no gene PDP2, que codifica a subunidade catalítica 2 da piruvato desidrogenase fosfatase 2, foi diagnosticada em um caso com paraganglioma, que não apresentou nenhuma variante oncogênica somática. O sequenciamento exômico de 22 tumores evidenciou variantes oncogênica na sua maioria em 14 (63,7%) tumores. A coexistência de variantes germinativas e somáticas ocorreu somente em dois pacientes: 1) Variante VUS no FH em uma paciente com paraganglioma associada a uma variante somática provavelmente oncogênica no FGFR1; e 2) VUS germinativa no DLST em um caso com feocromocitoma associada a uma VUS somática no NF1. Em resumo, o sequenciamento exômico de DNA germinativo e/ou tumoral permitiu o diagnóstico genético em 22 de 42 pacientes com PPGLs (52,4%). Conclusões: os presentes achados consolidam os genes CHEK2 e BRCA2, envolvidos com o mecanismo de reparo de DNA, como genes de susceptibilidade para o desenvolvimento de PPGLs. O gene PDP2 surge como um novo gene candidato do cluster 1 para PPGLs. Estudos funcionais para avaliar a patogenicidade da variante germinativa com perda de função identificada estão em andamento. Variantes oncogênicas somáticas foram identificadas em 68% dos tumores estudados, com EPAS1 e o NF1 sendo os genes mais frequentemente mutados |