Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Almeida, Eduardo Augusto Alves de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/93/93131/tde-15042019-113808/
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Resumo: |
Esta tese defende que a arte pode profanar o real ao produzir suas realidades poéticas. Ou seja: a criação artística detém a potência de destituir regimes de visibilidade, dizibilidade e pensabilidade, dando a eles novos usos e os devolvendo ao domínio dos homens. A principal questão é saber como isso ocorre. Quer dizer: quais são essas operações da arte capazes de desativar mecanismos de subjetivação ao mesmo tempo em que produzem outros? Como isso se realiza e que saberes pode-se recolher daí? Toda esta investigação parte da pintura Mapa de Lopo Homem II, de Adriana Varejão. Seguimos suas pistas na companhia de pensadores da arte, da ciência e da filosofia, com destaque para Georges Didi-Huberman, Giorgio Agamben, Jacques Lacan, Jacques Rancière, Jean Baudrillard e Hal Foster, de maneira a produzir uma teoria crítica que colabore com a interpretação da arte hoje, num viés estético e político. Se parece lugarcomum dizer que a arte produz transformações culturais, o ponto desta tese é ligeiramente diferente: saber como a experiência estética pode transgredir a simbolização, fazendo irromper significados que desconstruam estruturas culturais, atentando contra a idealização da realidade em seus valores morais, econômicos, sociais, intelectuais etc. Interessa a nós o aspecto inesperado da realização artística, seu teor de insurgência, seu flerte com o esquizo. Enfim, queremos olhar para o que pode haver de destrutivo, paradoxal ou desestruturante na elaboração poética promovida pela arte visual e que resistências se levantam contra o processo. Para isso, nos inspiramos no conceito de Real lacaniano. E dizemos que a conformação artística é o mapa que se traça sobre o território numa profanação do real: sistematização ficcional e ilusória, síntese posta como realidade, representação interpretativa necessariamente parcial, insuficiente, faltosa. Que não consegue ser viva como a experiência, mas a revive, recria, interpreta, representa e reapresenta, toma-a para si e formaliza, desenha contornos, acumula camadas, esquematiza estrategicamente conforme seus próprios jogos de poder. |