Prevalência e virulência de Candida spp. em indivíduos com tuberculose e suas relações com proteínas antifúngicas salivares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Orlandini, Renata Klemp
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58138/tde-06102022-165151/
Resumo: A patogênese da tuberculose (TB) associada ao seu tratamento antimicrobiano de longa duração tornam-se fatores preditivos para infecções fúngicas. Alguns estudos demonstraram uma alta prevalência de espécies de Candida em pacientes com tuberculose (TB), o que pode estar associado à terapia antimicrobiana, ao aumento da virulência de Candida spp. ou ao desequilíbrio das secreções antifúngicas salivares endógenas. Por meio de um estudo de coorte, a prevalência, a virulência de Candida spp e as concentrações de proteínas antifúngicas salivares, lactoferrina (Lf) e histatina 5 (Hist5), foram avaliadas na cavidade oral de 30 pacientes com TB em diferentes estágios do seu tratamento. Esses resultados foram comparados com aqueles encontrados em 60 indivíduos sistemicamente saudáveis (controle). Amostras de enxágue bucal e saliva foram coletadas antes de 45 dias e após 120 dias de tratamento de pacientes com TB. Essa coleta foi realizada apenas uma única vez em pacientes sistemicamente saudáveis. Candida spp foram identificadas por ensaios de polimorfismo de comprimento de fragmento de restrição e os seguintes fatores de virulência foram estudados: produção de fosfolipase C e proteinase, capacidade de formação de biofilme e formação de hifas de Candida spp. Na saliva verificaram-se as concentrações de Lf e Hist-5 por ELISA. O diagnóstico clínico da TB e seu tempo de tratamento estiveram associados à maior carga fúngica de Candida spp. (p<0,0001) e a maior prevalência de Candida não-albicans (p=0,0003). Também verificamos aumento nos fatores de virulência, expressos pela produção de fosfolipase C de Candida albicans (p=0,0015) e de espécies não-albicans (p= 0,0165) em pacientes com TB. A produção de proteinase de Candida albicans também foi maior em pacientes com TB quando comparados àquelas isoladas de pacientes sistemicamente saudáveis (p=0,0032. Os níveis salivares de Lf estiveram maiores em pacientes com TB (p=0,0001). Em conclusão observamos que o diagnóstico da TB e seu tratamento antimicrobiano estão associados com o aumento da carga fúngica, virulência de Candida spp e maior prevalência de espécies não-albicans, o que atenta para o maior risco de lesões orais e disseminações sistêmicas nesses pacientes.