Resistência antifúngica e atividade de exoenzimas de Candida spp. orais isoladas de pacientes com tuberculose

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Araújo, Amanda Brenda de Souza e Silva de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58138/tde-04112024-173000/
Resumo: O aumento das complicações fúngicas em pacientes com tuberculose (TB) pode estar associada com o seu agravamento sistêmico. No entanto, vários estudos têm apontado para uma possível seleção natural de espécies de Candida, tornando-as mais virulentas em pessoas que fazem uso prolongado de medicações antimicrobianas. O objetivo desse trabalho foi comparar a atividade de exoenzimas hidrolíticas (proteinase, fosfolipase, hemolisina e coagulase) e a susceptibilidade a antifúngicos (fluconazol e anfotericina B) de diferentes espécies de Candida isoladas da cavidade oral de pacientes com TB com aquelas isoladas de indivíduos sem TB. Amostras de enxaguatório bucal foram coletadas de 70 pacientes com TB e de 77 sem TB, pareados por condições sistêmicas e orais. As espécies de Candida foram determinadas por cultura em Chromagar® e confirmadas por Reação em Cadeia da Polimerase. A carga fúngica foi determinada por unidades formadoras de colônias (UFC) em Ágar Sabourauld Dextrose. Os ensaios de atividade da fosfolipase, protease e hemolisina foram realizados usando os métodos de placa de ágar de gema de ovo, albumina de soro bovino e placa de ágar sangue de carneiro, respectivamente. A atividade da coagulase foi medida pelo ensaio EDTA em plasma de coelho. A resistência antifúngica foi determinada pela concentração inibitória mínima de fluconazol e anfotericina B por E-test. C. albicans orais foram mais isolados em pacientes com TB (OR: 2; p=0,04). Os pacientes do grupo TB também mostraram maior carga fúngica, com log CFU de 2,4 (1,6 - 3,10), em comparação com pacientes não-TB, log CFU de 0,9 (0-2,3), (p<0,001). Os principais fatores de virulência estudados, como atividades das exoenzimas e resistência antifúngica, apresentaram níveis semelhantes entre as diferentes espécies de Candida isoladas de pacientes com e sem TB. C. albicans apresentou maior atividade de fosfolipase, coagulase e resistência ao fluconazol do que C. tropicalis e C. dubliniensis (p<0,001). Todas as espécies de Candida apresentaram altas taxas de resistência ao fluconazol e baixas taxas de resistência à anfotericina. Este estudo verificou que a colonização oral por Candida difere entre pacientes com e sem TB, com maior carga fúngica e prevalência de C. albicans entre pacientes com TB. O aumento da colonização de C. albicans em pacientes com TB é preocupante, pois essa espécie apresentou-se mais virulenta e mais resistente ao fluconazol do que as demais espécies de Candida.