Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Pereira, Eliane Domaneschi |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-03022014-122414/
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Resumo: |
Dentro do domínio teórico da Semiótica da Escola de Paris, o crer e o saber são concebidos como modalidades que se articulam em um único e mesmo universo cognitivo e que encontram distinção pelo modo de relacionamento e valorização que estabelecem com o objeto cognitivo. Inicialmente abordadas sob uma perspectiva eminentemente categorial, como a de Greimas (1983), que descreve o ato epistêmico por meio de termos alocados nas categorias previstas no quadrado semiótico e de operações juntivas, elas passam posteriormente por certa reformulação teórica, notadamente a feita por Zilberberg (1988), que privilegia os aspectos tensivos aderidos aos termos. Com base, de forma central, nessas noções, este trabalho tem como objetivo investigar as oscilações tensivas associadas às operações cognitivas do sujeito, o funcionamento, a distinção, a hierarquização e o intercruzamento do saber e do crer no interior do fazer interpretativo humano, a incidência do crer no âmbito da produção de conhecimento e as condições de verdade na ciência enquanto prática discursiva. Para tanto, procuramos fomentar uma discussão teórica acerca desse tema, reunindo, além dos textos paradigmáticos de Greimas e Zilberberg, formulações de outros semioticistas que também se debruçaram sobre a questão do crer e do saber, como Fontanille (1982) e (1987), Pottier (1983), Landowski (1983), Coquet (1983) e Geninasca (1983). A fim de ensejar tais reflexões, empreendemos a análise, munidos dos procedimentos metodológicos e das ferramentas de investigação textual providas pelos autores supracitados, de três objetos que põem em jogo as modalidades crer e saber, exploram-nas tematicamente e extraem alguns efeitos de sentido de sua oposição, sobreposição, exacerbação, atenuação e falta: o conto Funes, o memorioso (1944), de Jorge Luis Borges, o longa-metragem Doubt (2008), de John Patrick Shanley, e um breve poema recitado por Antonio Abujamra no programa televisivo Provocações. Ao realizarmos este estudo, buscamos ainda fazer face à previsão de Greimas e Courtés, encontrada em seu Dicionário de Semiótica (1979), que aponta o crer, por sua centralidade no fenômeno humano de produção discursiva, como tema pertinente para a pesquisa semiótica dos anos a virem. |