Potências e desafios na prática de apoio institucional e educação permanente em saúde: experiências em uma região de saúde do estado de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Marcussi, Thalita Caroline Cardoso
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-13052022-113855/
Resumo: Introdução: O Sistema Único de Saúde (SUS) possui uma rede de atenção cuja Atenção Básica (AB) é o ponto fundamental para ordenar os serviços e coordenar o cuidado. A fim de enfrentar os desafios de implementação do SUS e da AB, o Ministério da Saúde (MS) construiu políticas públicas como diretrizes para a gestão dos serviços e o cuidado. Uma delas é a Política Nacional de Humanização (PNH), que propõe o Apoio Institucional (AI) enquanto um dispositivo de intervenção transformador das práticas, a partir de um \"modo de fazer\", articulando as unidades da rede de saúde e valorizando o diálogo com as equipes. Uma outra política que se articula a essa é a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), constituindo-se enquanto estratégia para o desenvolvimento das relações e mudança das práticas nos serviços de saúde. No entanto, essas políticas propõem práticas que divergem dos modos tradicionais de se operar junto às equipes e requerem estratégias de acompanhamento do trabalho em saúde que favoreçam processos analíticos voltados para os usuários e suas necessidades de saúde. Há que se produzir dispositivos e práticas para o AI e a Educação Permanente em Saúde (EPS). Desta forma, temos como questão norteadora desta pesquisa: Quais ações têm sido realizadas pelas apoiadoras institucionais do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Araraquara para a implementação dessas políticas? Quais facilidades e/ou dificuldades encontradas por estas atoras para exercer suas funções junto às equipes? Objetivo: O objetivo geral desta pesquisa é analisar as ações desenvolvidas pelas profissionais que compõem o quadro de apoiadora de humanização e articuladora de EPS, buscando identificar aspectos (des)favoráveis (potências e desafios) encontrados por estas atoras para o exercício de suas funções. Percurso Metodológico: Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa, articulado a um projeto de pesquisa finalizado em 2018, intitulado: \"Apoio Institucional e Educação Permanente em Saúde em uma Região de Saúde do interior de São Paulo: uma pesquisa intervenção\" (Processo FAPESP N° 2016/15199-5). A pesquisa foi desenvolvida em Araraquara e contou com a participação de 35 profissionais, mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) - Protocolo nº CAEE - 68438217.8.0000.5393. As participantes deste estudo foram as apoiadoras de humanização e as articuladoras de EPS, indicadas pelos gestores municipais e que atuam junto às equipes de saúde da atenção básica dos 24 municípios pertencentes ao DRS III. Para a produção dos dados foram utilizados dois encontros de análise de práticas, gravados em mídia digital, com média de duas horas de duração, e transcritos na íntegra. Estes dados foram sistematizados e codificados automaticamente através do Software: NVivo. O referencial teórico está pautado em autores do campo da saúde coletiva, convergentes com as políticas públicas de saúde que embasam este estudo: a PNH e a PNEPS. Resultados: Na análise dos dados foram identificados dois grandes eixos: As ações desenvolvidas pelas apoiadoras e articuladoras (ações em prol da organização da rede de atenção, ações educativas e ações diagnósticas que norteiam o trabalho); Os aspectos que facilitam (apoio da gestão; o conhecimento e as experiências para a superação das dificuldades encontradas) ou que dificultam (a categoria profissional, os conflitos, realizar reuniões de equipe, despreparo para lidar com grupo, entender o seu papel e o sentimento de estar sozinho) ao realizarem suas funções com as equipes. Considerações Finais: O presente estudo teve o propósito de contribuir para o aprimoramento de práticas que qualifiquem o cuidado e o SUS, por meio do apoio institucional e de ações de EPS, tendo a PNH e a PNEPS como pilares de sustentação para o exercício destas funções. As ações para a organização da rede assistencial dos municípios e de atualização dos profissionais são exercidas pelas apoiadoras institucionais. Há dificuldades na lida com conflitos e na intermediação com a gestão. O AI em conjunto com a EPS revelaram-se como importantes ferramentas para integrar as equipes de saúde e a gestão, por facilitarem a troca de práticas e saberes. Somado a isso, os encontros de análise de práticas se mostraram como outra potente ferramenta de trabalho mobilizadora de mudanças nos diversos contextos. Entendemos que a análise e divulgação de práticas concretas contribui para o avanço de debates e reflexões quanto aos modos de produzir saúde no âmbito do SUS.