A educação permanente em saúde para formação em saúde mental na atenção básica, guiada pelos princípios da socioclínica institucional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Rezio, Larissa de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-19032019-195235/
Resumo: A Educação Permanente em Saúde (EPS) é pautada na formação e no aprendizado no trabalho e pelo trabalho. Desse modo, considerando os desafios do cuidado em saúde mental na Atenção Básica, tivemos como objetivo desta tese analisar a EPS para formação em saúde mental na Atenção Básica, guiada pelos princípios da socioclínica. Optamos pela pesquisaintervenção por assumir seu caráter político de busca das transformações a partir da interrogação dos diversos sentidos cristalizados nas instituições, razão pela qual utilizamos como referencial teórico-metodológico a Análise Institucional e Socioclínica. A pesquisa iniciou a partir da oferta da intervenção à gestão municipal, oportunidade em que foi criado o dispositivo de inclusão da gestão no processo de escolha de duas unidades. Posteriormente a esta etapa, entramos no campo de intervenção e, após um mês, iniciamos as entrevistas semiestruturadas, buscando informações acerca do cotidiano de trabalho e das práticas de saúde mental na Atenção Básica, trabalho em rede e aspectos referentes à formação em serviço. Restituímos aos profissionais as informações das entrevistas transcritas e, a partir desta etapa, iniciamos os encontros de EPS, em um total de 12 com cada equipe. Durante os encontros de EPS, realizamos outras duas restituições, sendo que a última, realizada em fevereiro de 2017, representou o encerramento da pesquisa. Vinte e dois profissionais participaram do estudo, sendo que a média de profissionais presentes durante os encontros de EPS foi seis participantes. Utilizamos os conceitos da Análise Institucional e Socioclínica para guiar e compreender o processo de EPS, assim como para análise dos dados. Os resultados encontrados referiram-se aos efeitos da inclusão somente do gestor municipal no processo decisório das unidades, fato que gerou movimentos de resistência na equipe, durante a entrada em campo. Na sequência, apontamos a análise de encomenda e demanda como movimento importante para entrada em campo. A transformação da compreensão de EPS pela ação de fazer EPS, ou seja, na medida em que os profissionais vivenciavam a EPS, passavam a compreender a sua finalidade de formação e o aprendizado por meio do trabalho. Outro resultado importante foi o trabalho de análise das implicações primárias e secundárias da pesquisadora, a partir da identificação do seu modo de relação com as instituições que atravessaram o campo de intervenção. Também apontamos como resultado que alguns dispositivos criados para facilitar o processo de EPS provocaram analisadores, revelando modos de trabalho instituídos. Frente a isso, identificamos ainda que a EPS foi capaz de provocar mudanças no cotidiano de trabalho, configurando como movimento instituinte nesse processo. Assim, concluo que o trabalho é local e fonte de aprendizagem e que os princípios da Socioclínica Institucional podem potencializar o processo de EPS para formação em saúde mental, e apontar pistas facilitadoras para esse modo de aprender em serviço e pelo serviço