Protocolos reversíveis de contenção química e impacto da suplementação de oxigênio em capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) de vida livre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Cordeiro, Jefferson Farias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/74/74135/tde-17052021-202505/
Resumo: A capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) é considerada uma importante amplificadora da febre maculosa na natureza, o que torna necessário seu controle populacional. Para tanto, eventualmente devem ser contidas quimicamente. O presente estudo visou comparar diferentes protocolos de contenção química, o efeito de diferentes fluxos de suplementação de oxigênio e a sua reversão total ou parcial em capivaras de vida livre. Foram utilizados 36 animais, contidos quimicamente com 5 µg/kg de dexmedetomidina, 0,1 mg/kg de midazolam e 0,2 mg/kg de butorfanol (DMB) ou 0,1 mg/kg de metadona (DMM), via IM. Após 30 minutos, 1/3 dos animais permaneceu respirando ar ambiente (DMB-Ar e DMM-Ar), 1/3 foi suplementado com fluxo de 2L/min de O2 100% com uma sonda intrasal (DMB-2L e DMM-2L) e 1/3 com fluxo de 5L/min (DMB-5L e DMM-5L). Após 60 minutos da aplicação, 1/2 dos animais receberam 2 µg/kg de flumazenil 5 µg/kg de atipamezole e a outra 1/2 o mesmo protocolo associado a 4 µg/kg de naloxona. Assim, obteve-se 12 grupos (n=3). A latência e a recuperação foram avaliadas através de uma escala comportamental. Durante a contenção, os parâmetros clínicos e os reflexos foram monitorados a cada 10 minutos após aplicação inicial e os gases, íons, glicose e lactato arterial analisados aos 30 e 60 minutos após aplicação inicial. Os protocolos promoveram uma contenção excelente, sem quedas ou excitação. Os animais permitiram a manipulação após 9,3 ± 3 minutos, sem diferença na duração e qualidade da latência entre DMB e DMM. Uma vez contidos, todos apresentaram excelente relaxamento muscular e permitiram o manuseio e coleta de sangue. Apesar do DMM apresentar valores maiores do que o DMB em FC (80 [66; 104] e 75 [54; 92] bpm, respectivamente) e ƒ (36 [18;56] e 28 [15; 53] mpm), não foram observadas grandes diferenças entre os opioides durante a contenção. Aos 30 minutos, todos os animais apresentaram hipoxemia considerável (PaO2 = 44 [30; 73] mmHg, SaO2 = 81 [62; 93] %), revertida apenas no grupo 5L (PaO2 = 188 [146; 414] mmHg, SaO2 = 100 [99; 100] %). O tempo de duração da recuperação (8,3 [3,5; 21,2] minutos) não diferiu entre os grupos e, apesar dos animais que receberam metadona apresentarem pontuação um melhor do que os que receberam butorfanol, não foi observada diferença clínica. Não houve diferença na recuperação dos grupos com suplementação ou não de O2, bem como entre os grupos de reversão total ou parcial. Conclui-se que os protocolos proporcionaram uma excelente contenção química e tranquila recuperação das capivaras, mas por promoverem hipoxemia, devem ser suplementadas com 5L/min de O2 100%.