Bourdieu e o papel de legitimação social do discurso filosófico sobre a autonomia da arte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Silveira, Luis Gustavo Guadalupe
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-03122015-140234/
Resumo: Categoria central da estética desde a modernidade, a autonomia da arte é sustentada até mesmo pelas teorias filosóficas que pretendem problematizar os aspectos sociais e políticos do fenômeno artístico. O caráter histórico das produções culturais não passou despercebido por pensadores como Adorno e Marcuse, por exemplo, mas os elementos culturalmente conservadores de suas estéticas talvez tenham imposto limitações importantes a suas pretensões críticas, a despeito da intenção de seus autores. Dentre os estudiosos do século XX que buscaram compreender o lugar e a função social da arte, investigamos o trabalho de Pierre Bourdieu, especialmente por vermos nele uma ruptura com a ideia de autonomia da arte e suas noções auxiliares, tais como gosto puro, poder transubstanciador da arte, leitor como co-autor, artista como gênio incriado, arte como esfera separada da vida prática, desinteresse da fruição estética etc. Ao investigar sua obra, pretendemos não somente demonstrar o caráter de legitimadores das desigualdades sociais que possuem os discursos filosóficos de autores como Peter Bürger, Arthur Danto, Terry Eagleton e os já citados Adorno e Marcuse, como também mostrar que há problemas teóricos importantes que podem ser explicitados e explicados pelo cotejamento de suas ideias com as de Bourdieu. Este caracterizou o consumo cultural como marcador social e, por meio de investigações empíricas e teóricas, numa interseção entre sociologia e filosofia, problematizou diversos fundamentos da estética erudita que explicam sua função de legitimadora social e permitem identificar sua permanência e força mesmo nos discursos filosóficos que buscam explicitar a raiz histórica e social dos fenômenos artísticos.