Trauma, trânsito e vítimas: um olhar sobre a pessoa e a família

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rodrigues, Érika Tatiane de Almeida Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7141/tde-27042018-105029/
Resumo: Introdução: Os acidentes de trânsito e os traumas causados por eles constituem um grave problema social e de saúde pública em todo o mundo, atingem principalmente os adultos em faixa etária produtiva de vida. Além da morte, esses eventos podem causar nos acidentados comprometimentos na mobilidade, na vida ocupacional, nas relações sociais, na saúde física e mental e outras implicações para as vítimas e seus familiares. Objetivo: compreender e descrever a experiência vivenciada pelo acidentado ou vítima de trânsito com sequela física permanente e seus familiares. Método: os referenciais de Interacionismo Simbólico e História Oral, articulados a abordagem de pesquisa qualitativa, fundamentaram teórica e metodologicamente este estudo. Foram realizadas entrevistas com dezoito vítimas de acidente de trânsito, sendo nove vítimas de acidente de trânsito com sequela permanente e um familiar de cada vítima. Resultados: o resgate das memórias individuais permitiu a elaboração das narrativas, que por meio de um processo analítico possibilitaram a construção da memória coletiva, organizada em quatro temas: Sofrimento e ruptura da maneira de viver, O acidente de trânsito como renascimento, Quotidiano familiar desestruturado e Esperança: criando um ambiente para dar continuidade a vida. Os resultados do estudo revelaram que as vítimas primárias de acidente de trânsito que sobrevivem e adquirem uma deficiência física e as vítimas secundárias, seus familiares, vivenciam sofrimento físico e emocional com significativo impacto em suas vidas. A sequela obriga a uma ruptura com o modo de vida anterior ao acidente e as modificações exigidas por essa ruptura são experienciadas com dor, tristeza, pesar, desespero e um misto de sentimentos negativos que fazem parte de todo sofrimento vivenciado por eles. Conclusões: partindo-se da concepção de que os acidentes de trânsito são em maior ou menor grau perfeitamente passíveis de prevenção tem-se a reflexão que todo o sofrimento e gastos envolvidos podem ser evitados, fato de grande magnitude ao analisar-se que toda a população, sem exceções, está sujeita a sofrer um acidente de trânsito. Os resultados permitem a reflexão sobre a importância da família no processo saúde e doença das vítimas, que não contam com ajuda do Estado para lidar com a situação. Percebe-se assim, que há necessidade evidente em fornecer assistência às vítimas de acidente com sequelas de maneira integral, dando especial atenção ao período pós-sequela e à inclusão da assistência à família, também uma vítima do acidente, nesse caso, uma vítima secundária.