Fatores associados, gravidade do trauma e sequelas de acidentes de transporte terrestre: um estudo a partir de egressos hospitalares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Rocha, Greiciane da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/6/6132/tde-27042015-102025/
Resumo: Introdução: As lesões e mortes por acidentes de transporte terrestre vêm se distribuindo de forma genérica em todo mundo, tornaram-se alvo de grande preocupação. Isso ocorre porque é expressivo o número de vítimas acidentadas que chegam a óbito e, em número maior, as que ficam internadas, necessitando de um serviço de saúde especializado, muitas vezes com sequelas e traumas físicos que persistirão por um longo período ou até mesmo pela vida inteira. Objetivos: Identificar características relativas ao acidente e à vítima e sua associação com lesões e sua gravidade, além de sequelas/incapacidades e suas consequências decorrentes de acidentes de transporte terrestre ocorridos no Município de Rio Branco Acre. Métodos: Trata-se de um estudo transversal analítico-descritivo, realizado no Município de Rio Branco Acre. A população do estudo foi composta por 405 vítimas de acidentes de transporte terrestre residentes no Município, de todas as faixas etárias e sexo, que estiveram internadas pela primeira vez em decorrência do acidente, em hospitais públicos e de assistência da rede do Sistema Único de Saúde, conforme registro no Sistema de Informação Hospitalar e que tiveram alta entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2010. Consulta aos prontuários hospitalares e busca ativa das vítimas constituíram as fontes de dados utilizadas. Regressão logística hierárquica foi realizada para avaliar os fatores associados à gravidade do trauma e às sequelas. Resultados: Maior parte da população do estudo correspondeu a vítimas motociclistas (68,6 por cento ), do sexo masculino e de idade jovem na fase de adulto I (20 a 39 anos). Quanto aos fatores associados à gravidade do trauma, presença de lesão cerebrocraniana e presença de lesão de tórax/abdome/múltipla apresentaram-se significativamente associados (OR=7,32; IC95 por cento =3,47-15,46 e OR=5,76; IC95 por cento =2,54-13,06, respectivamente). Ter ficado internado na Unidade de Terapia Intensiva e passado mais que dez dias internados mostraram-se significativamenteassociados com a gravidade do trauma, expondo uma razão de chances quatro e três vezes de ter apresentado um trauma grave independente do tipo de acidente. Em relação ao desfecho sequelas, mostraram-se associados significativamente: fatores relativos à presença de limitação de atividade pós- acidente (OR=2,39; 2,39-6,76), tempo de internação em dias (OR=1,03; 1,01-1,06) e tratamento cirúrgico (OR=1,82; 1,03-3,21). Entre aqueles que apresentaram lesão de partes moles e nervos e lesão facial e de anexo evidenciou-se uma razão de chance de duas e quatro vezes de serem portadores de alguma sequela/incapacidades, independentemente da qualidade de vítima. Conclusão: Lesões de cabeça e de tórax contribuem de forma significativa para o incremento da gravidade do trauma, o mecanismo como esses padrões de lesão se originam explicam os fatores de exposição apresentados por cada qualidade de vítima e suas características. O mesmo fato aplica-se às lesões precursoras de sequelas/incapacidades que, pela sua natureza e proporção são capazes de modificar padrões de vida aparentemente saudáveis de vítimas jovens que rotineiramente são lesionadas no fluxo viário. Diante disso, políticas públicas de prevenção devem ser formuladas, reformuladas e implementadas levando em consideração cada qualidade de vítima e suas condições sociais, as quais estão intimamente relacionadas a seus hábitos e costumes, sendo esse, ponto e meio de partida para promoção de mudanças capazes de modificar a realidade com que se apresentam os acidentes de transporte terrestre na morbidade e mortalidade da população