O Mito da Resistência. Experiência histórica e forma filosófica em Sartre (Uma interpretação de L\'Être et le Néant).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Mendonça, Cristina Diniz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8133/tde-07032005-111733/
Resumo: Estudo de um clássico da filosofia francesa contemporânea -L\'Être et le Néant, de Jean-Paul Sartre-, procurando expor a estrutura do livro: uma forma filosófica (ou filosófico-literária) dramática, expressão do próprio material (histórico) que ela recria. O trabalho está dividido em duas partes. A primeira é uma desmontagem da armação filosófica do livro, expondo a gênese de suas principais figuras (a Liberdade e o Tempo). Essa desmontagem, evidenciando o caráter híbrido do material (filosófico, literário e histórico) que sustenta a estrutura de L\'Être et le Néant, colocou-nos na pista das relações entre esse Ensaio de Ontologia Fenomenológica (lido tradicionalmente como uma obra de \"pura Metafísica\") e uma certa construção coletiva (política e literária): o Mito da Resistência no período crítico da Segunda Guerra e da Ocupação da França (verdadeiro divisor de águas na cultura francesa contemporânea, e decisivo o suficiente para definir o perfil de uma \"geração intelectual\"). -Examinar os termos desse reencontro da elaboração filosófica com a matéria viva da história foi o propósito da Segunda Parte do trabalho. Se quiséssemos afinal resumir as relações existentes entre as duas partes deste trabalho, diríamos que a análise da organização interna de L\'Être et le Néant levou-nos a descobrir o fio filosófico da obra entrelaçado numa trama histórico-literária. É esse novelo composto de materiais heteróclitos --Husserl, Heidegger, o Hegel de Kojève, sem falar de Malraux, dos clássicos do modernismo americano e de Kafka, tudo isso amalgamado a assuntos da vida cotidiana-- que tratamos de desembrulhar. Ao fazê-lo, através do contraponto entre os atributos \"filosóficos\" da Liberdade e os vários registros \"fenomenológicos\" em que a experiência crucial da Resistência é recuperada e formalizada, terminamos por identificar o conteúdo de experiência desse que é considerado o mais \"abstrato\" (e técnico) tratado de Metafísica dos Tempos Modernos, ao menos no âmbito da filosofia francesa.