O conhecimento de mundos desconhecidos: palavras e coisas do português na literatura dos viajantes italianos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Schultz, Benilde Socreppa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8148/tde-27062014-120851/
Resumo: Esta pesquisa tem por objetivo registrar os empréstimos da língua portuguesa na literatura dos viajantes italianos que tiveram contato com os portugueses. Zolli (1995), Zaccaria (1905, 1927) e DAgostino (1994) consideram que o léxico dos viajantes italianos é uma fonte de empréstimos casuals, ou seja, neologismos que não tiveram a oportunidade momentânea de fazer parte da língua italiana ou o foram introduzidos mais tarde. Muitos casuals são utilizados para descrever as coisas novas que os viajantes encontravam e que não existiam ainda na língua italiana. Podemos comparar os casuais aos cometas, que permanecem nos céus por um curto período de tempo, iluminando e imprimindo a sua beleza, mas que logo em seguida desaparecem. A língua portuguesa tem um importante papel na constituição desse conjunto de empréstimos ocasionais, pois, ao registrar os novos elementos encontrados, os viajantes o faziam através da língua portuguesa, em fenômenos de interferência linguística, caracterizando uma aquisição inconsciente ou outras vezes, conscientemente. Para compor os corpora desta pesquisa escolhemos treze viajantes, dos séculos XVI e XVII, que estiveram em colônias e cidades existentes nas possessões ultramarinas. A seguir, selecionamos as ocorrências dos empréstimos e as analisamos à luz das teorias de Alves e Klajn. Portanto, esta pesquisa de doutorado tem por objetivo fazer um levantamento do registro do léxico casual do português na literatura dos viajantes italianos e examinar como esse léxico servia muitas vezes para dar uma cor local (GUSMANI, 1983; ALVES, 1990; APRILE, 2005) ao texto, subjugando a imaginação do leitor e expressando o desejo do viajante de tornar a sua obra imorredoura, eterna.