Os efeitos nocivos da restrição alimentar na qualidade óssea e na placa de crescimento da tíbia de ratos são parcialmente revertidos pela realimentação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Guedes, Patrícia Madalena San Gregório
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-15022024-122723/
Resumo: Fundamento: A desnutrição é resultado da deficiência geral ou específica de nutrientes essenciais e apresenta alta prevalência no mundo. Essa condição repercute em vários sistemas orgânicos, com maior impacto nas crianças cujo efeito pode persistir ao longo da vida, mesmo após a normalização da alimentação. Uma ingesta nutricional adequada desempenha importante papel no crescimento e maximização da aquisição de massa óssea durante o desenvolvimento esquelético, o que pode reduzir a incidência de osteoporose e o risco de fraturas na vida adulta. Apesar do efeito da desnutrição sobre o desenvolvimento do indivíduo ser bem conhecido, ainda há várias lacunas a serem atendidas e controvérsias a serem esclarecidas em relação aos mecanismos envolvidos após a reintrodução alimentar. Objetivo: O objetivo desta investigação foi avaliar o impacto da restrição alimentar e subsequente realimentação no tecido ósseo e na placa de crescimento de ratos em diferentes fases do desenvolvimento. Material e métodos: Foram utilizados 78 ratos machos, variedade Wistar Hannover, com massa corporal inicial de 50-60 g, divididos em três grupos experimentais: (1) CON: ratos controle, acompanhados por 12 semanas e sem intervenção específica; (2) RA: ratos submetidos à restrição alimentar por 12 semanas e; (3) REA: ratos submetidos a seis semanas de restrição alimentar e depois, realimentados por diferentes períodos (duas, quatro e seis semanas). Os grupos foram subdivididos com base no período de observação após a restrição alimentar e a realimentação. A eutanásia ocorreu em diferentes períodos. Os animais permaneceram em gaiolas individuais durante todo o experimento. A desnutrição foi induzida a partir do desmame por meio da restrição alimentar geral em 50% em relação à ingesta dos controles no dia anterior. Ao término do período experimental, os ossos foram submetidos às análises macroscópica, microtomografia computadorizada (avaliação qualitativa e quantitativa da microestrutura óssea), densitometria óssea (DXA), microscopia óptica (caracterização dos tecidos), histomorfometria (quantificação de colágeno, volume trabecular e morfometria da cartilagem de crescimento), TRAP (marcação de osteoclastos), imunohistoquímica (OPG, RANK e RANKL), PCR em tempo real para avaliar a expressão gênica e ensaio mecânico (avaliação da resistência mecânica). Resultados: Os resultados indicaram que a restrição alimentar de 50% causou danos à estrutura e função da placa de crescimento, levando a alterações celulares nas zonas hipertrófica e proliferativa. As demais análises revelaram que a desnutrição pós-natal provocou desequilíbrio na remodelação óssea, prejudicando a qualidade óssea com deterioração da microarquitetura e redução da densidade óssea, além de comprometer a resistência mecânica. A realimentação estimulou a atividade celular da placa de crescimento, melhorou a formação óssea e inibiu a reabsorção, mas os efeitos prejudiciais não foram revertidos completamente durante o período de estudo. Conclusões: Conclui-se que a realimentação melhorou algumas alterações nocivas na tíbia do rato observadas na placa de crescimento e no tecido ósseo, mas a reversão completa não foi alcançada.