Realimentação e consolidação óssea em ratos desnutridos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Botega, Iara Inácio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17142/tde-15022024-122112/
Resumo: Fundamento: A ingestão nutricional adequada desempenha papel crucial na maximização da aquisição esquelética, enquanto a desnutrição é uma condição bem documentada que está associada à má qualidade óssea. Justificativa: Embora os efeitos da nutrição na consolidação da fratura tenham sido estudados, ainda há uma compreensão limitada dos mecanismos específicos afetados pela restrição alimentar e melhorados pela realimentação. Objetivo: Avaliar o impacto da restrição alimentar e realimentação no processo de consolidação óssea e qualidade do calo ósseo. Material e Métodos: Foram utilizados 94 ratos machos Wistar Hannover, com massa corporal inicial de aproximadamente 60 gramas, divididos em três grupos experimentais: (1) CON: ratos controle submetidos somente à fratura óssea; (2) DFD (desnutrição-fratura-desnutrição): ratos submetidos à restrição alimentar e após a fratura óssea continuaram com a mesma dieta restritiva e; (3) DFR (desnutrição-fratura-realimentação): ratos submetidos à restrição alimentar e após a fratura óssea foram realimentados com a dieta normal. Os dois primeiros grupos foram subdivididos em dois e o último em quatro, totalizando oito subgrupos. Os subgrupos se diferenciaram de acordo como período de observação pós-fratura; 5 dias, 2, 4 e 6 semanas, correspondentes, ao período em que a cadeia de eventos do processo de consolidação óssea está mais ativa, e às fases de calo ósseo mole, calo ósseo duro e remodelação óssea, respectivamente. Durante o experimento, os animais foram alojados em gaiolas individuais. A restrição alimentar foi de 50% em relação à ingesta dos controles, imposta por seis semanas a partir do desmame. A fratura foi realizada na diáfise femoral pelo método fechado e fixada com implante intramedular. Ao término do período experimental, os ossos foram submetidos às análises macroscópica, microtomográfica (avaliação qualitativa e quantitativa do calo ósseo), densitométrica (DXA), histomorfométrica (quantificação de tecido neoformado, colágeno e osteoclastos), imunoistoquímica (RANK, RANKL e OPG), de expressão gênica (Col1a1, SP7, IGF1 e Runx-2) e resistência mecânica. O nível de significância estatística foi de 5%. Resultados: A restrição alimentar resultou em alterações fenotípicas significativas no calo ósseo, caracterizadas por deterioração da microestrutura, redução da deposição de colágeno, densidade mineral óssea e resistência mecânica. Além disso, uma maior taxa de osso imaturo indicou atraso observado no processo de remodelação. Por outro lado, a realimentação estimulou a formação de calo ósseo, reduziu a reabsorção local e restaurou efetivamente as alterações microestruturais e mecânicas causadas pela restrição alimentar. Apesar desses efeitos positivos, a densidade do calo ósseo permaneceu inalterada e a análise da expressão gênica não evidenciou diferenças significativas entre os grupos CON, DFD e DFR 5 dias após a fratura óssea. Conclusão: A restrição alimentar afetou negativamente a consolidação óssea. No entanto, esses efeitos foram parcialmente revertidos pela realimentação. Com base nesses achados, novas pesquisas podem ser desenvolvidas para criar estratégias nutricionais direcionadas para tratar e melhorar a consolidação de fraturas.