Índices de gravidade do trauma: capacidade preditiva para admissão e mortalidade de pacientes na unidade de terapia intensiva de um hospital privado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Rio, Tatiane Gonçalves Gomes de Novais do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-22022021-103402/
Resumo: Introdução: há muito tempo se discute a definição do nível de gravidade do trauma, o qual pode ser determinado por índices de trauma. Atualmente, existem diversos índices na literatura que, em sua maioria, analisam a probabilidade de sobrevida (Ps) das vítimas de trauma. Entretanto, são escassos os estudos que utilizam os índices de trauma como preditores de admissão e mortalidade de traumatizados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o que justifica a relevância desta pesquisa. Objetivo: avaliar a capacidade dos índices de gravidade do trauma na predição de admissão e mortalidade na UTI de doentes traumatizados. Método: coorte retrospectiva realizada por meio da análise de prontuários de pacientes atendidos entre 2014-2017 em hospital privado de São Paulo. Os critérios de inclusão dos doentes foram: ser vítima de trauma contuso ou penetrante, ter idade 18 anos e ser admitido no hospital em até 24 horas do evento traumático. Foram analisados os índices Revised Trauma Score (RTS), New Trauma Score (NTS), Injury Severity Score (ISS), New Injury Severity Score (NISS), Trauma and Injury Severity Score (TRISS), New Trauma and Injury Severity Score (NTRISS), Base-deficit Injury Severity Score (BISS) e Base- deficit and New Injury Severity Score (BNISS). Os testes Qui-Quadrado de Pearson, Exato de Fisher, Wilcoxon-Mann-Whitney e Brunner-Munzel, além de Receiver Operating Characteristic Curves e área sob a curva (AUC) foram utilizados nas análises (nível de significância de 5%). Resultados: a casuística foi composta por 747 pacientes, a maioria do sexo feminino (52,5%) e média de idade de 51,5 (±21,3) anos. O mecanismo de trauma contuso (89,4%) e as quedas (36,1%) prevaleceram. As médias do RTS, NTS, mREMS, ISS e NISS foram 7,8 (±0,3), 10,5 (±0,5), 2,1 (±2,3), 3,4 (±5,5) e 4,3 (±7,1), respectivamente. A média da Ps indicada pelos índices TRISS e NTRISS superou 98,0%. O BNISS apresentou menor média (78,8%) de Ps que o BISS (82,9%). Um total de 106 pacientes foi admitido na UTI. Houve diferença significativa (p<0,050) entre os grupos (pacientes admitidos versus não admitidos na UTI) em relação às variáveis sexo, idade, mecanismo do trauma, causa externa, atendimento pré-hospitalar e gravidade segundo RTS, NTS, mREMS, ISS, NISS, TRISS e NTRISS. Os índices ISS (AUC 0,919) e NISS (AUC 0,916) apresentaram melhor capacidade preditiva para admissão dos pacientes na UTI. A análise comparativa dos grupos (100 sobreviventes e 6 não sobreviventes na UTI) mostrou diferença significativa (p<0,050) entre eles em relação aos índices NTS, mREMS, ISS, NISS, TRISS, NTRISS, BISS e BNISS. O NISS (AUC 0,949), TRISS (AUC 0,909), NTRISS (AUC 0,967), BISS (AUC 0,902) e BNISS (AUC 0,976) apresentaram excelente desempenho na predição de mortalidade dos pacientes da UTI. Conclusão: os índices anatômicos apresentaram melhor capacidade preditiva para admissão na UTI. Em relação à mortalidade, o NISS e os índices mistos tiveram os melhores desempenhos. Por fim, aplicar o índice de trauma mais assertivo para admissão e mortalidade na UTI tem potencial para auxiliar os profissionais em processos decisórios sobre alocação de recursos e estratégias para melhoria da qualidade da assistência aos pacientes.