Índices de gravidade em vítimas de trauma internadas em unidade de terapia intensiva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Lima, Kezia Porto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/7/7139/tde-22072019-162725/
Resumo: Introdução: Trauma é um amplo problema de saúde pública que tem graves consequências. Quantificar a gravidade das vítimas tem sido um pré-requisito para tomar decisões no seu tratamento, planejar a assistência e qualificar os serviços envolvidos no atendimento. São muitos os indicadores de gravidade que podem ser utilizados para as vítimas de trauma: os específicos para esse tipo de ocorrência, os elaborados para indivíduos atendidos em serviços de emergência e, nos casos graves e encaminhados para unidades de terapia intensiva (UTI), os índices próprios para os pacientes dessas unidades. Vítimas de trauma são frequentes em UTI e o risco de morrer as qualifica como um grupo em que a gravidade clínica é de grande interesse. Há, no entanto, o desafio da escolha de um adequado instrumento para esse fim. Na literatura, o Revisited Trauma Score (RTS), o Rapid Emergency Medicine Score (REMS), o Modified Rapid Emergency Medicine Score (mREMS) e o Simplified Acute Physiology Score III (SAPS III) têm se destacado como indicadores de base fisiológica para estimar gravidade de vítimas de trauma, de pacientes admitidos em serviços de emergência e na UTI. Objetivos: Identificar a capacidade preditiva de mortalidade desses quatro índices em vítimas de trauma internadas em UTI e comparar seu desempenho. Método: Trata-se de um estudo descritivo correlacional que analisará as relações entre mortalidade e os índices de gravidade, RTS, REMS, mREMS e SAPS III. O local de estudo foi uma UTI especializada no atendimento de emergências cirúrgicas e trauma de hospital referência para atendimento de traumatizados na cidade de São Paulo. A fonte básica de informações foi um banco de dados de investigação sobre vítimas de trauma em UTI. A Receiver Operating Characteristic (curva ROC) foi aplicada para identificar a capacidade preditiva de mortalidade dos índices e o intervalo de confiança de 95% da área sob a curva (AUC) foi utilizado para comparar os resultados. Resultados: A casuística foi composta por 182 vítimas, 90,7% dos casos foram contusos, 66,5% tiveram tratamento cirúrgico e as mortalidades na UTI e hospitalar da casuística foram de 15,9% e 19,2%, respectivamente. Para mortalidade em UTI de vítimas de trauma contuso, as AUC variaram entre 0,672 e 0,738; melhores resultados foram observados nas análises de pacientes cirúrgicos (AUC de 0,747 a 0,811) e piores nos demais (AUC de 0,528 a 0,612). Esses resultados foram similares quando analisada a mortalidade hospitalar. O RTS/PS, REMS, mREMS e SAPS III não diferiram significativamente quando comparados em relação à capacidade preditiva de mortalidade em UTI e hospitalar. Casos de traumatismos penetrantes apresentaram menor gravidade em relação aos contusos e tiveram somente uma morte durante a internação hospitalar. Conclusão: Houve uma capacidade discriminativa moderada do RTS/PS, REMS, mREMS e SAPSIII quando vítimas de trauma contuso foram analisadas, havendo melhora na performance dos índices quando somente pacientes cirúrgicos foram analisados. O poder para discriminar mortos e sobreviventes do RTS/PS, REMS, mREMS e SAPS III foi similar em todas as análises realizadas.