Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Russo, Bruno Rodrigues Alves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/87/87131/tde-13012021-154500/
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Resumo: |
A relação parasita-hospedeiro é complexa e mediada por uma série de moléculas produzidas por ambos os organismos. Compreender os mecanismos moleculares envolvidos nesta relação é extremamente importante para o desenvolvimento de novas estratégias de combate aos patógenos. Diversas moléculas e vias de sinalização têm sido estudadas e destaca-se a via mediada pelo receptor homólogo ao receptor de TNF-alfa humano em Schistosoma mansoni (SmTNFR). É descrito que o TNF-alfa humano atua sobre os processos de ovoposição, metabolismo e desenvolvimento do parasita. A via de sinalização de SmTNFR pode ser o mecanismo molecular pelo qual o TNF-alfa do hospedeiro exerce seu efeito sobre o parasita, especialmente pela ausência de um homólogo ao ligante (TNF-alfa humano). Neste trabalho foi realizada a busca por homólogos de SmTNFR nas sequências do genoma e transcriptoma dos helmintos disponíveis nos bancos de dados do GenBank e do Wormbase por meio de análises in silico. Foram identificados 47 genes homólogos ao SmTNFR em 42 espécies de helmintos (22 em Platelmintos e 20 em Nematelmintos) que possuem domínios conservados da família de receptores de TNF (TNFR). Os homólogos de SmTNFR possuem módulos A1/B2 como o NGFR em mamíferos. Diversas análises filogenéticas com 38 homólogos de SmTNFR apontaram para o mesmo contexto evolutivo, o qual sugere a não ocorrência de nenhum grande evento de duplicação, inserção ou deleção nos genes de TNFR que evidenciasse uma evolução molecular diferente da esperada entre os filos, classes e ordens destes helmintos. Uma modelagem molecular comparativa foi realizada com SmTNFR (platelmintos) e TsTNFR (nematelmintos) e foram geradas estruturas similares ao receptor humano devido à conservação das cisteínas e da formação de pontes dissulfeto nos domínios. Estes modelos foram acoplados ao TNF-alfa humano e foi observada a formação de trímeros para a interação com a citocina, como esperado. A busca por homólogos do próprio ligante, o TNF-alfa, no genoma dos helmintos resultou na identificação de 11 homólogos em 4 espécies de platelmintos da classe Rhabditophora, (organismos de vida livre). Não foram encontrados homólogos do ligante nos demais platelmintos. Isto sugere que o gene do ligante foi perdido ao longo da evolução com a adaptação do parasitismo. Estes dados indicam a importância da investigação da via de sinalização mediada pelos receptores de TNF nos helmintos para a compreensão da biologia básica do parasita, da relação molecular estabelecida entre parasita e seu hospedeiro, do papel da via no contexto evolutivo do parasitismo, ou seja, entender como a perda do ligante pode ser um evento relevante para a adaptação no parasitismo. |