Função do sistema estomatognático em indivíduos dentados após tratamento de câncer de cabeça e pescoço comparados com indivíduos saudáveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Dante, André Mario Maia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/58/58133/tde-25112013-090400/
Resumo: O câncer é considerado uma doença genética, extremamente complexa, que resulta de alterações concomitantes em genes geralmente relacionados à proliferação, diferenciação e morte celular. Os tumores de cabeça e pescoço englobam ampla variedade de neoplasias malignas que tem origem na mucosa do segmento aerodigestório superior, sendo responsável por cerca de 5% de todos os novos tumores diagnosticados. A Odontologia desempenha hoje um papel importante nas diferentes fases terapêuticas contra o câncer, seja na fase que antecede a cirurgia, em que uma avaliação prévia poderá reduzir de forma efetiva complicações oriundas de processos infecciosos ou inflamatórios crônicos, de origem bucal, que podem exacerbar após o tratamento cirúrgico, seja na prevenção das sequelas bucais que ocorrem durante e após o tratamento por radioterapia, como a osteorradionecrose dos tecidos da região irradiada. Esse estudo teve como objetivo avaliar, bilateralmente, por meio da eletromiografia (EMG), o padrão de comportamento (morfológico e funcional) da atividade dos músculos masseter e temporal nas condições clínicas de Repouso, Protrusão, Lateralidades direita e esquerda, Máxima Intercuspidação Habitual (MIH) e Mastigação com Parafilme M®. Avaliou também a espessura muscular por meio da ultrassonografia no Repouso e na Máxima Intercuspidação Habitual (MIH) e a força de mordida molar máxima direita e esquerda de dez indivíduos dentados totais, portadores de câncer de cabeça e pescoço, após tratamento de radioterapia no \"Hospital do Câncer de Barretos (Fundação Pio XII)\" e compará-los com um Grupo controle, pareados sujeito a sujeito, por peso, idade e gênero. As médias eletromiográficas evidenciaram que no Repouso, Protrusão e na Lateralidade esquerda ocorreram diferenças estatisticamente significantes. Na avaliação com o ultrassom, a espessura muscular foi maior para os indivíduos com câncer no repouso e na MIH com resultados estatisticamente significante somente para o temporal direito durante a MIH. Foi possível verificar durante a realização dos exames eletromiográficos que o comportamento de ativação das fibras musculares era desordenado nos indivíduos com câncer quando comparados com o Grupo controle. Os indivíduos tratados de câncer de cabeça e pescoço avaliados no presente estudo revelaram atividade eletromiográfica aumentada quando comparada com o Grupo de indivíduos controle para todas as situações clínicas. Este resultado é um forte indício de hiperatividade muscular. Pode-se concluir que o tratamento aplicado em indivíduos com câncer de cabeça e pescoço gerou um aumento na atividade eletromiográfica e na espessura dos músculos da mastigação e da força de mordida quando comparados com indivíduos controles. Estes resultados são indicativos de disfunção muscular e de contração desorganizada e ineficiente das fibras musculares do sistema estomatognático.