A promoção da saúde e a concepção dialógica de Freire: possibilidades de sua inserção e limites no processo de trabalho das equipes de saúde da família

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: Heidemann, Ivonete Teresinha Schulter Buss
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22133/tde-15012007-170858/
Resumo: O estudo teve o objetivo de analisar a incorporação das ações de promoção da saúde no processo de trabalho das equipes de Saúde da Família, em uma Unidade Básica de Saúde. As ações referidas foram política pública saudável; criação de ambiente favorável; desenvolvimento de habilidades pessoais, reforço da ação comunitária e reorientação do sistema de saúde. Como fundamentação teórica buscou-se compreender a origem e as bases da nova promoção da saúde e sua aproximação com o pensamento e a obra de Paulo Freire. Como metodologia de trabalho, foi utilizado o itinerário de pesquisa do educador Paulo Freire (1968), que possui como pano de fundo uma proposta pedagógica libertadora e constitui uma referência internacional para abordagem de promoção à saúde. O trabalho de campo foi realizado através de Círculos de Cultura em diferentes eventos ocorridos com profissionais, usuários e lideranças comunitárias da unidade de estudo. Os dados empíricos foram coletados no período de abril a dezembro de 2005 e constou de 03 etapas: a entrada no campo com investigação dos temas geradores; codificação e descodificação dos temas; desvelamento crítico. Foram identificadas 29 temáticas significativas, agrupadas a seguir em 21 e priorizados em 09 temas mais relevantes: depressão na população; superpopulação na comunidade; necessidade de pronto atendimento 24 horas ou equipe de referência; resistência dos profissionais de saúde para trabalhar na lógica da Estratégia de Saúde da Família; dificuldade para atender e acolher as necessidades e os problemas da população; dificuldade para realizar acolhimento; necessidade de maior capacitação prática das equipes; resistência dos profissionais e população para o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde; falta de informação sobre o tema da promoção à saúde. Na fase do desvelamento crítico estes temas foram ainda priorizados pelos sujeitos como sendo 03 os mais significativos: superpopulação na comunidade; necessidade de pronto atendimento 24 horas e falta de informação sobre o tema da promoção da saúde. Considerou-se que dentre as temáticas investigadas estas foram as que mais interferiam nas condições de vida e saúde da Unidade e comunidade. Houve certa resistência em não discutir aqueles outros temas que diziam respeito diretamente ao modo de produzir a atenção em Saúde da Família como resistência dos profissionais em trabalhar na lógica da Estratégia de Saúde da Família. A interpretação dos dados revelou significados e compreensão atribuídos à importância de exercer um diálogo crítico entre os profissionais das equipes de Saúde da Família, usuários e lideranças comunitárias, e proporcionar ações focadas nos princípios e diretrizes da promoção da saúde e que possam intervir na melhoria da qualidade de vida e saúde dos cidadãos e comunidade. Apesar disso, percebe-se que ainda se mantém uma atenção de saúde de caráter curativo, individual e fragmentado e faz-se necessário estimular a participação do usuário, família e população, para que, em conjunto com os profissionais dos serviços de saúde, universidades, possam construir uma prática de saúde mais emancipatória, autônoma e dialógica sobre os determinantes do processo saúde e doença, e que interferem no seu adoecer e ser saudável.