Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Leite, Cristiane de Almeida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5149/tde-21072021-162457/
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Resumo: |
Objetivo: Comparar os resultados cirúrgicos das técnicas de descompressão orbitária inferomedial (DOIM) e balanceada das paredes medial e lateral (DOB) em pacientes com orbitopatia de Graves (OG) na fase sequelar quanto à redução da exoftalmia e aos efeitos na motilidade ocular extrínseca e na qualidade de vida. Métodos: Quarenta e dois pacientes com OG na fase sequelar foram divididos aleatoriamente em dois grupos e submetidos a uma de duas técnicas de descompressão orbitária (DO): DOIM ou DOB. As avaliações pré e pós-operatórias incluíram: exoftalmometria de Hertel, avaliação sensorial e motora da motilidade ocular extrínseca, fotografias padronizadas nas nove posições do olhar, tomografia computadorizada (TC) das órbitas e um questionário validado de qualidade de vida (GO-QoL). As versões oculares foram avaliadas clinicamente de acordo com três categorias: normal, alteração moderada (-1 ou -2 de hipofunção) e alteração grave (-3 ou - 4 de hipofunção). As fotografias nas nove posições do olhar foram utilizadas para medir o ângulo máximo de cada versão com o uso dos programas Photoshop® e ImageJ®. Avaliou-se a concordância entre os dois métodos (clínico qualitativo vs. fotográfico quantitativo) para classificar as versões oculares em normais ou anormais. Os resultados dos dois grupos foram comparados. Resultados: A diminuição da exoftalmia foi significativa em ambos os grupos (p<0,001), mas maior nos pacientes submetidos à DOB (p=0,010). Quanto à incidência de estrabismo no pós-operatório, esotropia foi observada em 11,1% dos pacientes submetidos à DOIM e 23,5% dos pacientes submetidos à DOB. A análise dos pacientes com estrabismo no pré-operatório mostrou aumento do ângulo do desvio em todos aqueles com esotropia, em média de 24 ± 6,9 (DOIM) e 12 ± 8,8 (DOB) dioptrias prismáticas. Houve forte concordância entre o método fotográfico quantitativo e o método clínico qualitativo de classificação das versões oculares, principalmente nas látero e supraversões, tipicamente afetadas na OG. As medidas quantitativas médias das versões foram significativamente diferentes para cada categoria clínica (normal, alteração moderada e alteração grave) em cinco posições do olhar: abdução, adução, elevação em abdução, elevação e elevação em adução (p<0,001). Esse padrão não foi observado nas infraversões (abaixamento em abdução p=0,573; abaixamento p=0,468; abaixamento em adução p=0,268). No grupo submetido à DOIM, a abdução e as supraversões pioraram na primeira (p<0,05) e na terceira (p<0,05) visitas pós-operatórias, mas retornaram aos padrões pré-operatórios em 6 meses. As versões não se modificaram no pós-operatório dos pacientes submetidos à DOB. A área pré-operatória do músculo reto medial medida pela TC foi um fator preditor de estrabismo no pósoperatório (p=0,023). Houve aumento significativo do músculo reto medial no pós-operatório em ambos os grupos (p<0,001). Restrições na elevação e abdução foram significativamente associadas ao aumento da área dos músculos retos inferior (p=0,007) e medial (p=0,002), respectivamente. Ambas as técnicas de DO não aumentaram a pontuação do GO-QoL na subescala de funcionamento visual (DOIM p=0,362; DOB p=0,727). Por outro lado, houve melhora significativa da pontuação na subescala de aparência física, nos pacientes submetidos à DOB (p=0,006). Conclusões: A DOIM é tão segura quanto a DOB em relação ao risco de desenvolvimento de estrabismo no pósoperatório e é boa alternativa para pacientes que não requerem grande redução da exoftalmia. A DOB oferece maior redução da exoftalmia e recuperação pós-operatória mais suave quanto às alterações das versões nos primeiros meses pós-operatórios, além de adequar-se melhor para a reabilitação cosmético-funcional dos pacientes com OG, por pontuar mais na subescala de aparência física do GO-QoL. Pacientes com esotropia préoperatória devem ser informados sobre o risco de piora do desvio e a possível necessidade de correção cirúrgica de estrabismo após a DO. Recomenda-se o uso de fotografias digitais para a avaliação das versões oculares devido a sua praticidade, adequação para o uso na telemedicina e facilidade de monitoramento durante o tratamento. |