Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Jacomini, Marcia Aparecida |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-17062008-134737/
|
Resumo: |
Esta tese apresenta os dados, análises e interpretações de uma pesquisa sobre a concepção de pais e alunos do ensino fundamental sobre a organização do ensino em ciclos e a progressão continuada. O problema de pesquisa foi construído a partir do conhecimento da oposição às políticas de não-reprovação anual pela maioria dos pais e alunos e da percepção de que a realização do direito à educação requer o fim dos processos de classificação e exclusão escolares. A pesquisa de campo, de caráter qualitativo, foi realizada em duas escolas municipais de São Paulo durante um ano letivo. A coleta de dados consistiu em observações do cotidiano escolar e entrevistas com 28 alunos e 28 pais, num total de 56 sujeitos. Durante as entrevistas, a pesquisadora introduziu questionamentos que permitiram dialogar sobre questões contraditórias dos depoimentos. O conteúdo das entrevistas foi organizado em categorias temáticas de acordo com a conceituação de Bardin (2004). Os dados mostraram que pais e alunos das escolas municipais de São Paulo compreendem a organização do ensino municipal como um ensino seriado com promoção automática no decorrer dos anos que compõem cada ciclo, e a maioria posicionou-se contra a progressão continuada. Os pais e os alunos justificaram a defesa da reprovação anual pela crença de que ela é necessária para pressionar os alunos a estudarem e de que os alunos têm melhor aprendizagem com a existência da reprovação. Ambas as justificativas apresentadas pelos entrevistados não se confirmaram nas experiências por eles narradas. As contradições entre as opiniões e as vivências e a apresentação de informações complementares às falas dos entrevistados favoreceram, a uma parte dos entrevistados, reflexões acerca da defesa da reprovação escolar. Os elementos utilizados pelos pais e alunos para explicar suas opiniões foram classificados em três temas. O primeiro refere-se à influência das características da escola graduada no Brasil e das experiências escolares, especialmente dos pais, na formação de uma concepção de educação que vincula dedicação e aprendizagem a medidas punitivas; o segundo diz respeito à influência das condições de funcionamento e da forma de organização do ensino municipal na formação da oposição à progressão continuada; e o terceiro trata das influências de idéias sobre direito, mérito, esforço individual predominantes na sociedade na formação de um pensamento que defende ou aceita a reprovação escolar, por considerá-la conseqüência de ações individuais. Os dados e análises sugerem que o convencimento de pais e alunos acerca da necessidade do fim da reprovação escolar para a realização do direito à educação demanda a vivência de experiências escolares de progressão continuada que possibilitem o questionamento da crença na necessidade da reprovação e a introdução de conhecimentos que favoreçam a construção de outras concepções do processo educativo. |