Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Melo, Elderson Melo de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-05112018-155323/
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Resumo: |
Riso forasteiro, intruso, estranho, grotesco, imprevisível, transgressor. O presente trabalho formula uma (des)proposta para a pedagogia do cômico a partir de uma investigação dos estranhamentos provenientes de uma prática artística e pedagógica cuja finalidade inicial foi a procura por um riso que invadisse a educação. Dois arquétipos de alunos tipificaram-se nesse caminho: a bela dona Baratinha e a desvirtuada velha Baobá. Dona baratinha despreza seus diferentes. É popular, séria, inteligente e, sempre, elogiada pela escola, por seguir as regras postas. Em contraponto, a feia, depravada, grotesca, ridícula e cômica velha Baobá, como tantas outras, ri à toa. Tem instintos descontrolados, entrega-se sem pudor aos acontecimentos do momento, subverte e, assim, é reprimida e excluída continuamente. Como desenvolver uma mediação do cômico sem que se privilegiem modelos exemplares ou na procura de uma seriedade, que procura belas formas e práticas determinadas? O que a estranheza e a desrazão presentes no estado da velha Baobá, comumente, execrada, podem dizer sobre o cômico? O que poderia resultar de um processo dessa natureza? Interessando-se por essas questões, este trabalho, a partir da metodologia de pesquisa-ação (BARBIER, 2007), foi realizada uma oficina de cômico teatral, com crianças e adolescentes residentes no bairro Guatupê, na região metropolitana de Curitiba-PR. Por meio do estudo dos materiais e dados provenientes da pesquisa-ação, especialmente, do diário de itinerância (idem), revelaram-se os caminhos da pesquisa como desvios tortuosos, como possibilidade de abandonar o que se intentava. A doença, a trapaça, o fracasso, a ação ética e a destruição poética apresentam-se potentes para a produção do riso, conduzindo a pesquisa para construção de cenas bizarras e risíveis como um devir pedagógico. Assumindo a análise como um olhar vesgo e embaçado para a pesquisa, aceitou-se a proposta de que respostas fixadas não deveriam ser formuladas. Jogos de má educação, jogos de atordoar, jogos de destruição foram estruturados a partir da análise dos resultados. Esses jogos são entendidos como (des)propostas em vistas à uma (des)educação, entendendo-se, também a mediação do cômico como uma aceitação do (não)saber. Assim, formas ridículas estruturaram e impulsionaram considerações finais estranhas, erradas, duvidosas, irrelevantes, incompletas, desajustadas, tortas, doentias, debilitadas, grotescas, desconexas. Debilitado, o trabalho revela que a invasão do riso na educação pode tornar-se uma visita indesejável, principalmente pelo caráter transgressor do cômico. Contudo, pode possibilitar uma imersão no novo e no desconhecido, contribuindo para o aprendizado de todos os envolvidos. |