Os protocolos italianos (1892-1898)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Marcos Rafael da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-06092018-150804/
Resumo: A presente tese estuda as negociações diplomáticas entre Brasil e Itália para solucionar reclamações de imigrantes italianos residentes no país, conhecidas como Protocolos Italianos. Tais reclamações foram organizadas e compiladas pelo Consulado Italiano no Brasil e encaminhadas ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) brasileiro, que instituiu comissões mistas para julga-las e o respectivo pagamento de indenizações aos reclamantes. Entre as reclamações constam por violências sofridas, invasão e saque perpetrados contra italianos por forças federais durante a Revolução Federalista; contratos não cumpridos entre italianos e a Administração Pública. No entanto, para efetivar o acordo foi necessária a aprovação da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, em que parte dos deputados durante várias sessões se opuseram aos Protocolos, afirmando que eles feriam a honra nacional. Assim, intensos debates na Câmara, no Senado e, também, na imprensa foram travados a esse respeito. O zênite da questão foi os conflitos acirrados entre brasileiros e italianos nas ruas de São Paulo motivados pelos Protocolos Italianos. E apesar da intensa mobilização contrária, os acordos foram aprovados e as indenizações pagas. A questão incidiu ainda como ameaça ao poder do presidente Prudente de Moraes, considerando que eles funcionaram como bandeira de reivindicações nacionalistas, manifestadas em discursos parlamentares, lideradas pelo vicepresidente Manoel Vitorino, inimigo político do presidente, e seus seguidores jacobinos. Revelou ainda a repressão exercida sobre o incipiente movimento operário, na medida em que figurou entre os reclamantes italianos aqueles expulsos do Brasil por anarquismo.