Fonte para o estudo da História Colonial: leitura paleográfica de um Processo da Inquisição Portuguesa referente ao Brasil - Miguel de Mendonça Valladolid

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1999
Autor(a) principal: Rodrigues, Claudeteane Braga
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8152/tde-31082022-114539/
Resumo: Miguel de Mendonça Valladolid nasceu na Espanha, foi levado pela mãe para Amsterdam onde foi circuncidado aos cinco anos de idade. Sua família, acusada de judaísmo, foi presa pela Inquisição de Lisboa e da Espanha. Fugindo para o Brasil, Miguel de Mendonça Valladolid desembarcou nos portos da Bahia em 1717 onde morou em casa de parentes, transformou-se em um importante mercador de cavalos e escravos. Apesar de ter-se batizado cristão, Miguel de Mendonça, continuou a praticar o judaísmo. Quando viajava pelo interior das capitanias, até as mais distantes de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, ensinava a seus amigos cristãos-novos orações judaicas. Em São Paulo casou-se com uma cristã-velha, a qual tentou, sem sucesso, convertê-la ao judaísmo. Acusado de praticar o judaísmo, Miguel de Mendonça foi preso em São Paulo e ficou dois anos e onze meses nos cárceres de Lisboa. Na sua confissão à mesa inquisitorial revelou que no Brasil teve contato com vários crstãos-novos que praticavam os jejuns da Rainha Esther (Purim), do Tishe-Be-Av, do Yom Kipur e da Páscoa; vestiam roupas limpas e brancas às sextas-feiras, não trabalhavam aos sábados, e não comiam carne de porco e nem peixe de pele. Alguns dias antes de sair no auto de fé, Miguel de Mendonça confirmou seu judaísmo, confessando que praticou vinte e oito jejuns nos cárceres, confissão que não o absolveu. Foi condenado à fogueira em junho de 1731, deixando no Brasil seus descendentes. A peregrina vida de Miguel de Mendonça Valladolid e a oscilação de suas convicções religiosas são um exemplo da personalidade dividida dos marranos em seu dúbio comportamento. Procurarei mostrar nesta dissertação sua vida errante e o papel que os mercadores tiveram na transmissão do judaísmo no Brasil