Música e fenomenologia no Traité de Pierre Schaeffer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Zangheri, Glaucio Adriano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-11022014-113849/
Resumo: O Traité des Objets Musicaux de Pierre Schaeffer (1910-1995) é um trabalho teórico que propõe uma revisão radical dos fundamentos teórico-musicais. Nesse sentido, ele pode ser considerado com um dos tratados mais relevantes da História da Música. Dentre os muitos assuntos abordados no Traité, Schaeffer investiga o som tal como ele é escutado, ou seja, o som como fenômeno. No primeiro capítulo expomos um rápido contexto histórico e as razões de Schaeffer escolher essa abordagem do som. Frente a uma situação de crise da produção e do conhecimento teórico-musical, várias correntes estéticas tomam como fundamento as Ciências exatas e a Física acústica. O resultado disso é aquilo que Schaeffer denominará \"músicas a priori\". Essa abordagem é recusada com o argumento de que a percepção sonora não pode ser reduzida às medições que descrevem o sinal acústico. Como alternativa, Schaeffer propõe uma pesquisa musical fundamental que conceba a música como uma interdisciplina e que, sobretudo, aborde o som como fenômeno (objeto sonoro). No segundo capítulo, explicitamos a filiação fenomenológica de Schaeffer apresentando as suas fontes: Merleau-Ponty e Husserl. Ainda nesse segundo capítulo, demonstramos de que forma a concepção de objeto sonoro é entendida por Schaeffer como um objeto intencional. No terceiro capítulo, expomos a gênese do conceito de objeto sonoro começando pela \"acusmática\" e, logo em seguida, apresentando de que forma uma série de concepções fenomenológicas (como transcendência, epoché e redução) são expostas por Schaeffer no próprio texto do Traité. No quarto capítulo, descrevemos a \"Teoria das quatro escutas\" e demonstramos em que sentido ela pode ser entendida como uma análise intencional da escuta. No quinto e último capítulo, apresentamos os dois principais resultados da análise intencional da escuta: em primeiro lugar, a correlação entre a escuta do físico e do músico; em segundo lugar, o reconhecimento de que o objeto sonoro representa uma síntese de um dualismo estrutural. Na conclusão, discutimos rapidamente as consequências da fenomenologia schaefferiana para o Programa da Pesquisa Musical proposto por Schaeffer nos Livros finais do Traité.