Da negação do manicômio à construção de um modelo substitutivo em saúde mental: o discurso de usuários e trabalhadores de um núcleo de atenção psicossocial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Koda, Mirna Yamazato
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-17112002-120859/
Resumo: Tendo em vista a passagem do paradigma asilar para um paradima antimanicomial no âmbito da Atenção à Saúde Mental e a necessidade de avaliar aquilo que está a se produzir a partir da implementação de um modelo substitutivo ao Hospital Psiquiátrico, investigou-se, através das práticas discursivas de usuários e trabalhadores de um serviço substitutivo em Saúde Mental, os sentidos que se produzem no que diz respeito à compreensão sobre o projeto antimanicomial, ao trabalho desenvolvido pela instituição, às relações entre profissionais e usuários e à noção de doença mental. Foram realizadas entrevistas em um Núcleo de Atenção Psicossocial (NAPS) do município de Santos. A análise do material foi sustentada a partir da perspectiva do Construcionismo Social. Os sentidos produzidos pelos sujeitos entrevistados revelaram a efetivação de transformações coerentes com o projeto antimanicomial, no que diz respeito às ações desenvolvidas, à relação entre usuários e trabalhadores e à concepção de doença mental. Por outro lado, foram encontrados conflitos e ambigüidades na construção discursiva sobre o tratamento realizado. Tais aspectos são associados às dificuldades enfrentadas pelo desinvestimento nas políticas públicas por parte do poder municipal e ao confronto entre um discurso político (posição de militante) e um discurso clínico (posição de técnico). Se o aprisionamento e medicalização da loucura foram gerados a partir de transformações sobre o significado dado à loucura e àquilo que é da ordem do humano, sua reinserção no campo da cultura implica revisitar tais questões. As transformações no âmbito da Atenção à Saúde Mental, com a efetivação do projeto antimanicomial, deve pressupor a revisão do campo de saberes e fazeres tradicionalmente ligados à assistência (Psiquiatria, Psicanálise, Psicologia), assim como a construção de políticas subordinadas a uma perspectiva ética.