Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Shdaior, Laura Sahm |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-08112019-111801/
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Resumo: |
Se a reforma psiquiátrica e a redução de danos reconhecem a participação social como dimensão fundamental da atuação na rede de atenção psicossocial, é possível dizer que a prática das equipes desta rede coincide com o conceito de responsabilidade da Psicanálise e com a concepção de ação e política, de Hannah Arendt. A intervenção na região do centro da cidade de São Paulo conhecida como Cracolândia confirma essa perspectiva, uma vez que põe em evidência a dimensão social do sofrimento da população que por ali circula. Contudo, a transformação moderna da ação em comportamento alarga a distância entre política e atividade profissional, acusando a primeira de militância e restringindo a segunda ao que se denomina emprego. A consequência disso é uma leitura imaginária da responsabilidade dos atores envolvidos: aos profissionais das equipes multiprofissionais é atribuída a impotência e às instâncias superiores a onipotência. A fim de superar essa concepção, a presente dissertação procura fornecer ferramentas para que o profissional da rede pública de atenção ao usuário de drogas possa identificar, legitimar e realizar em suas práticas diárias o exercício da política, no sentido arendtiano do termo. Mais especificamente, o objetivo é apresentar a ética da responsabilidade em contraposição à lógica da obediência a fim de favorecer que os profissionais provoquem transformações em seu campo de atuação. Trata-se de um ensaio em psicanálise dividido em quatro capítulos. O primeiro visa delimitar o campo de intervenção e esclarece o que é intersetorialidade, integralidade e articulação de rede. Os três capítulos seguintes articulam conceitos arendtianos e psicanalíticos com cenas vividas na atuação da rede pública de atenção psicossocial, especificamente na região da Cracolândia. Em particular, as cenas do segundo capítulo introduzem a discussão sobre burocracia e seus desdobramentos a partir da exposição da banalidade do mal, pensada por Arendt. O terceiro capítulo discorre sobre a compreensão da autora sobre ação e os conceitos que a ela se relacionam. Ao delimitar também o que não corresponde à ação, a discussão psicanalítica sobre tática, estratégia e política será introduzida. Por fim, o quarto capítulo apresenta a concepção de Claude Lefort sobre o lugar vazio do poder e elenca ainda outras ferramentas que possam auxiliar o profissional da rede de atenção psicossocial em suas práticas diárias |