Eco dos Sinos Turcos: o lugar do Império Otomano na obra de Leopold von Ranke

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Moreira, Viviane Venancio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-24012022-205046/
Resumo: Partindo-se da perspectiva da História Intelectual, buscou-se identificar qual o lugar do Império Otomano, notadamente a porção balcânica de seu território, na obra do historiador alemão Leopold von Ranke (1795-1886). De início estabeleceu-se um diálogo com a fortuna crítica de Ranke com o objetivo de mostrar como a questão da abrangência temática em sua obra é ponto de debate entre os comentadores que se dividem entre aqueles que enxergam Ranke como eurocêntrico e aqueles que o vêm como um pesquisador que trabalhou com um arcabouço geográfico de abrangência mundial e incluiu várias culturas em seu amplo trabalho historiográfico. Em seguida foi entendido que um olhar panorâmico colabora no sentido de mostrar como o Império Otomano é tema frequente no conjunto da obra de Ranke, o que trouxe um levantamento orientado pela quantificação lexical de palavras ligadas ao mundo otomano em todas as obras do historiador. Estabelecido este argumento de que há presença constante do Império Otomano nos escritos rankeanos, passou-se a entender sob quais estatutos e relações os otomanos aparecem -- primeiramente no contexto político-diplomático da Questão Oriental e em segundo lugar no contexto acadêmico-intelectual da profissionalização crescente dos estudos orientalistas na Alemanha. Além desses contextos, percebeu-se que o Império Otomano em Ranke tem relação próxima com um elemento psicológico que data de séculos, pois a presença otomana participa do imaginário germânico de forma ambígua -- evocando medo e mistério, repulsa e encanto. Ranke toma parte nessa tradicional evocação intelectual, política e sentimental do mundo otomano e também em sua obra o Império Otomano colabora para a formação da identidade europeia ao oferecer um diálogo perene repleto de complexidade política, intelectual e emocional.