Políticas e práticas linguísticas: um estudo sobre o ensino de língua espanhola em um contexto multilíngue no Paraná - Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Lemke, Cibele Krause
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-16122010-152622/
Resumo: Esta tese focaliza o ensino de língua espanhola numa região do Centro-Sul do estado do Paraná, Brasil. Trata-se de uma pesquisa de caráter discursivo e etnográfico, que se estrutura a partir de uma dupla articulação, a que se denomina políticas e práticas linguísticas. No que tange à primeira articulação, analisam-se textos produzidos na universidade e textos regulamentadores do ensino, notadamente, parâmetros, orientações e diretrizes curriculares, para investigar como as políticas contidas nestes documentos contemplam a realidade multilíngue do Brasil. Para tanto, apoia-se nas perspectivas discursivas propostas por Bourdieu (1998) e por Authier-Revuz (1998; 1999). No que concerne à segunda articulação, detém-se no estudo de práticas linguísticas escolares, com o intuito de compreender como ocorre a gestão das línguas em um contexto em que convergem o ucraniano e o português como línguas veiculares, e a língua espanhola como a língua estrangeira que se ensina no currículo escolar. Em vista disso, elabora-se uma discussão sobre o conceito de alternância linguística em contextos de aprendizagem, a partir das perspectivas defendidas por Nussbaum (1998) e Py (2004), bem como sobre a gestão das línguas como reflexo do desenvolvimento de uma competência plurilíngue (MOORE, 2009). Os resultados desta pesquisam apontam que, embora as produções e publicações atuais evidenciem um movimento em direção ao estudo das realidades multilíngues, a política linguística que atravessa estes textos ainda pauta-se em ideais monolíngues. Em relação às práticas linguísticas escolares, observou-se que os alunos manifestam um saber elaborado das línguas, ao alternarem entre o português, o ucraniano e o espanhol, e ao negociarem seus conhecimentos linguísticos com as docentes. No entanto, não reconhecem as suas práticas como plurilíngues. Assim, pois, defende-se a necessidade de uma reconceitualização do ensino de línguas, tanto ao problematizar os discursos hegemônicos sobre as línguas, como ao trabalhar para que práticas linguísticas plurilíngues sejam legitimadas, sobretudo, na escola.