A língua espanhola no Brasil: história de sua presença em materiais linguísticos produzidos entre 1919 e 1961

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Danna, Stela Maris Detregiacchi Gabriel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-09122019-174147/
Resumo: A presente tese teve por objetivo principal investigar a emergência dos estudos de língua espanhola no Brasil e o tratamento geral dado a esta língua em nove materiais linguísticos publicados entre 1919 e 1961. Os materiais contemplados, que pertencem à esfera escolar e à esfera filológica, são: Ensaio de phonetica differencial luso-castelhana. Dos elementos gregos que se encontram no espanhol (1919), Grammatica da língua espanhola para uso dos brasileiros (1920) e Esbozo de comparación del Español con el Portugués (2003[1936]), de Antenor Nascentes; A língua nacional: notas aproveitáveis (1933[1921]), de João Ribeiro; O problema da língua brasileira (1961[1940]), de Silvio Elia; Manual de español (1945), de Idel Becker; Español básico (1947[1946]), de José Ramón Calleja Álvarez; Iniciação à filologia portuguêsa (1951), de Gladstone Chaves de Melo; e A unidade da România ocidental (1951), de Theodoro Henrique Maurer Jr. Em vista do nosso objetivo, reconstruímos o contexto social, histórico, político e econômico do período (KOERNER, 1989; SWIGGERS, 2005[2004]), reunimos os dados legais vinculados à esfera escolar e operamos com os seguintes critérios, que puderam ser aplicados aos materiais das duas esferas: (i) modo de nomear a língua; (ii) modelização global da descrição (SWIGGERS, 2012); (iii) existência de outras línguas nas sistematizações; (iv) origem dos dados linguísticos; (v) menções a autores hispânicos; (vi) contatos intelectuais entre os autores das obras e estudiosos hispânicos. O cruzamento dos dados revelou resultados como a predileção pelo tratamento de dados linguísticos da Espanha e a tímida presença de americanismos nos materiais das duas esferas. Nos materiais para fins escolares, verificamos uma abordagem sincrônica da língua espanhola, vista como ideal e homogênea, na qual o nível morfológico e o nível sintático se mostraram mais explorados. Nos materiais filológicos, constatamos uma abordagem diacrônica do espanhol, visto como real e mutável por fatores geográficos, históricos, sociais e culturais, cujo nível fonético e o nível lexical foram os privilegiados. Ademais, concluímos que os fatos contextuais e os documentos oficiais tiveram um impacto maior sobre a configuração dos materiais linguísticos para fins escolares do que sobre a dos materiais filológicos.