Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Jesus, Jandessa Silva de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/44/44141/tde-03082020-094712/
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Resumo: |
O rio Tocantins drena a área mais oriental da Amazônia. A maior parte de sua bacia hidrográfica é representada por vales rochosos, mas o trecho médio é marcado pelo acúmulo de sedimentos, que mostra um conjunto diversificado de formas fluviais, grandes planícies de inundação e níveis de terraço, chamados Paleocanal do Tocantins e Bico do Papagaio. No entanto, a história quaternária do rio Tocantins é pouco conhecida devido à falta de estudos geomorfológicos condicionados por dados geocronológicos. Portanto, caracterizamos os depósitos sedimentares do médio Tocantins e aplicamos datação por luminescência opticamente estimulada (OSL), a fim de entender como essa paisagem fluvial evoluiu durante o Quaternário tardio. Os resultados desta pesquisa são apresentados em dois artigos. O primeiro consiste no mapeamento geomorfológico na escala de 1:100.000 da planície fluvial no médio rio Tocantins. Foram definidas três unidades geomórficas principais: (i) planície aluvial, (ii) terraços fluviais e (iii) paleoleque aluvial. Nossos resultados oferecem insights sobre os complexos processos geomorfológicos e sedimentológicos que moldam a paisagem fluvial atual. O mapa apresentado oferece um produto cartográfico detalhado, que pode ser de utilidade para planejadores e tomadores de decisão em projetos de desenvolvimento regional e conservação. O segundo artigo apresenta os resultados da análise morfossedimentar integrada à datação OSL, que permite interpretar a evolução da paisagem entre 661 ± 42 e 160 ± 16,3 ka. As idades OSL permitem identificar três fases principais de deposição e duas fases de incisão. A fase deposicional mais antiga formou os Terraço Altos (T1) e parte do Paleoleque aluvial entre 160 a 32 ka. Posteriormente, ocorreu um evento de incisão em torno de 31 ka, resultou no abandono do T1, seguido de uma segunda fase de deposição que construiu os Terraços Baixos (T2) e promoveu a reativação dos Paleoleques aluviais de 31 a 6 ka. A incisão mais recente ocorreu de 6 a 5 ka, permitindo o abandono do T2 e a redução do nível da base local até sua posição atual. A moderna planície de inundação é construída desde 5 ka até o presente, com deposição de sedimentos devido à frequente migração lateral do rio Tocantins. Os resultados obtidos neste trabalho apresentam uma paisagem altamente diversificada em termos de suas geoformas, aspectos sedimentares e geocronológicos resultantes dos vários momentos de sua evolução geomorfológica ao longo do Quaternário tardio. Os resultados foram correlacionados com dados paleoclimáticos regionais e apontam que as mudanças climáticas foram o principal impulsionador da dinâmica fluvial do médio Tocantins nos últimos 160 ka. A evolução dos terraços dessa região da Amazônia se assemelha a formação dos terraços fluviais na Amazônia Central e Ocidental descritos na literatura e apontam que os sistemas fluviais da Amazônia Oriental, que drenam terrenos do Brasil Central apresentam respostas fluviais semelhantes aos rios com cabeceiras em terrenos andinos. Reforçam assim, que as flutuações climáticas são o principal fator responsável pela formação de sequência de terraços fluviais amazônicos e que responderam de forma similar as essas mudanças registradas no Quaternário tardio. |