Liderança e luta por reconhecimento: trocas da relação eu-outro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Hupfer, Celson Luiz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47134/tde-27092016-150134/
Resumo: Esta tese objetiva confrontar os fenômenos do reconhecimento e da liderança, com o propósito de investigar teoricamente se os padrões de reconhecimento identificados por Axel Honneth podem servir de base para uma definição de liderança que atenda as demandas de construção de identidade e de transformação do século XXI. O reconhecimento intersubjetivo está no centro dos debates da Filosofia e das Ciências Sociais. Ele fundamenta as construções das identidades de sujeitos e grupos e acontece através da busca ativa da intersubjetividade, ou luta por reconhecimento, conforme sistematizado por Honneth. De outra parte, a liderança é também um fenômeno da relação eu-outro e integra toda a vida social humana. Entretanto, durante muito tempo ela foi interpretada como atributos, habilidades e competências dos indivíduos. Esta interpretação foi modificada a partir da introdução do conceito de influência, em substituição a poder e autoridade. Para atender ao propósito acima, a investigação iniciou-se por uma arqueologia da liderança, incluindo as maneiras pelas quais ela foi interpretada ao longo da história e pelas diversas disciplinas, as dificuldades de compreender suas causas, mecanismos e consequências, as confusões em torno da acepção da palavra e a identificação das principais teorias de liderança, elaboradas pela Psicologia Social e pela Administração. Foram investigadas as contribuições de pesquisadores da Filosofia, como Cícero, Maquiavel e Smith, da Sociologia, como Weber e Barnard, da Psicologia Social, como Lewin e Smircich, e da Administração, como Burns e Bass. O estudo evidenciou que a liderança é um fenômeno da intersubjetividade humana e um processo importante na construção das identidades dos sujeitos. Foi deduzido que uma definição de liderança para os tempos contemporâneos integra cinco conceitos fundamentais: ela é um processo que emerge da interação eu-outro; é fruto da influência multidirecional; implica em reconhecimento e conhecimento do outro; é um processo dialético; e ela gera a transformação dos sujeitos e do social. Por sua vez, o reconhecimento, como uma das formas pelas quais acontece a intersubjetividade, também foi investigado desde as primeiras formulações feitas por Hegel, passando pelas contribuições de Mead e Ricoeur, até alcançar a sistematização de luta por reconhecimento proposta por Honneth. Desta sistematização, foram extraídos quatro conceitos fundamentais: as três esferas ou padrões de reconhecimento de Honneth, amor, direito e solidariedade e a dialética. Finalmente, concluiu-se pela possibilidade teórica de revisar a definição de liderança com base nos padrões de reconhecimento e da dialética, compreendendo que os conceitos de liderança verificados atendem a esses padrões. Foi proposta uma definição de liderança e, assim como sugestões para futuras pesquisas envolvendo este objeto de estudo