O tempo do desacolhimento: uma análise institucional do discurso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Nunes, Barbara Eduarda de Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-16102024-121225/
Resumo: O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) trouxe em sua legislação as medidas protetivas previstas para crianças e adolescentes em situação de risco. Dentre elas, podemos mencionar o acolhimento em abrigos, que posteriormente seriam renomeados como Serviços de Acolhimento Institucional (SAICA). A medida de acolhimento prescrita como sendo de caráter provisório e excepcional mostra-se, contudo, definitiva nos casos de desacolhimento em razão da maioridade, quando o adolescente não está mais referenciado ao ECA. Partindo desta direção, esta pesquisa teve como objetivo analisar os discursos de adolescentes próximos a completar a maioridade e o que desta relação com o SAICA se produziu em seu cotidiano, através de entrevistas semiestruturadas com seis adolescentes do município de São Paulo. A Análise Institucional do Discurso (AID), formulada por Marlene Guirado, foi o método analítico para a pesquisa. Para configurar o tema e os modos de operar com a análise, foram também apresentados três estudos acadêmicos em contextos próximos ao da presente pesquisa e realizados com o método da AID. Como efeitos da análise, foram elencados seis temas que se repetiram nos discursos dos adolescentes entrevistados. Verificou-se que ao SAICA e à família eram atribuídos simultaneamente lugares distintos no imaginário dos entrevistados, revelando as tensões, afetos e resistências em cena. As expectativas que a maioridade institui mobiliza nos adolescentes concepções de um futuro próximo da ordem do inconcebível, encontrando, contudo, maior possibilidade de elaboração quando pensam um futuro distante, que se mostraria mais seguro e concreto.