Utilização da Fosfoetanolamina Sintética (FO-S) no sarcoma de aplicação felino: estudo clínico-cirúrgico, histopatológico, imuno-histoquímico, tomográfico e termográfico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Nitrini, Andressa Gianotti Campos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10137/tde-28112019-100536/
Resumo: Sarcoma de aplicação felino (SAF) é uma neoplasia cutânea mesenquimal que surge em locais de aplicação de vacina, medicamentos ou traumas frequentes, cujo tratamento se baseia nos princípios da cirurgia oncológica, ou seja, excisão com amplas margens, associada à radioterapia e/ou quimioterapia. Entretanto, pelo seu caráter maligno e infiltrativo, os índices de recidiva são altos e as terapias, com baixas taxas de sucesso. O presente estudo teve como objetivo avaliar a eficácia do agente antitumoral Fosfoetanolamina Sintética (FO-S) como terapia neoadjuvante e adjuvante, a partir das características clínicas, termográficas, tomográficas, histológicas e imuno-histoquímicas dos SAF. Vinte e um felinos foram incluídos no estudo, com idade média de 9,1 anos, peso médio de 4,8kg, sendo a maioria fêmeas (76%) e sem raça definida (76%). Sete já haviam sido submetidos à cirurgia prévia para remoção do SAF, com recidiva em média 6,8 meses depois. A aplicação de FO-S foi realizada por via endovenosa, na dose de 70mg/kg, semanalmente, por quatro sessões, iniciando-se imediatamente após a cirurgia (G1 = 11 animais) ou quatro sessões antes e quatro depois do procedimento cirúrgico (G2 = 10 animais). A maioria dos tumores se classificou como fibrossarcoma, sendo 57% grau II, 33% grau III e 10% grau I. As imagens termográficas obtidas por câmera infravermelha não detectaram diferença estatisticamente significante nas temperaturas da área tumoral com relação à área saudável ao redor, nem entre as temperaturas do tumor antes e depois do ciclo de aplicação da FO-S, nos animais do G2. A tomografia computadorizada mostrou diferença significativa na mensuração dorsoventral das lesões, quando comparada ao uso do paquímetro, porém o aspecto e tamanho dos tumores permaneceram inalterados depois do tratamento com FO-S. O mesmo pode ser observado na análise imuno-histoquímica, que não detectou diferença na expressão de Ki-67 e caspase-3 nos tumores do G1, quando comparados àqueles submetidos a FO-S, no G2. Durante o período de acompanhamento de 18 meses, a sobrevida média foi de 9 meses, a taxa de recidiva foi de 24% e o intervalo livre de doença local foi, em média, 9 meses. Sem efeitos adversos importantes, a FO-S se mostrou segura à utilização em felinos, porém não alterou o tempo médio de intervalo livre de doença nem a sobrevida dos animais, quando comparada ao grupo controle. A inclusão de mais pacientes e maior tempo de observação se fazem necessários para avaliar a eficácia do agente no tratamento do SAF.