A indústria fonográfica e a música caipira gravada: uma experiência paulista (1878-1930)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: González, Juliana Pérez
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-06092018-125317/
Resumo: A presente pesquisa investiga o surgimento da música caipira gravada na fonografia brasileira durante a instauração do mercado do disco em São Paulo, entre 1878 e o começo da década de 1930. Observa-se um crescente mercado de música gravada e certo abandono das preferências musicais da cidade por parte das gravadoras ativas durante a fase mecânica do disco. Tal espaço foi preenchido pelos selos internacionais que chegaram no final dos anos 1920 e gravaram música de legítimos caipira paulistas, visando conquistar o mercado do Estado. O sucesso em vendas das primeiras gravações de música caipira paulista relaciona-se com o auge das representações caipiras, provenientes do século XIX, que alimentavam a nascente indústria do entretenimento urbano. Foram também importantes estratégias de propaganda orquestradas inicialmente pela Columbia, vinculando as gravações de músicos caipiras com o folclore, assim como a promoção realizada por intermédio de Cornélio Pires. Ademais, a música caipira gravada ajustou-se à necessidade sentida pelas elites hegemónica, de criar uma identidade cultural paulista que solapasse as tensões e conflitos raciais, culturais e de classe irresolutos durante a Primeira República.