Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Losso, Rhiago |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8150/tde-13022020-182919/
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Resumo: |
O presente estudo tem por objetivo analisar o puzzle como processo de construção narrativa no romance Boa tarde às coisas aqui em baixo (2003), de António Lobo Antunes, considerando que o quebra-cabeças construído pelo autor é composto por elementos que fragmentam a trama narrativa e o discurso textual e se coloca como um convite ao leitor para tentar juntar suas peças. Nesse processo, perpassamos por diversas questões temáticas suscitadas pela escrita antuniana que nos levam a refletir sobre a relação entre História e ficção, interstício, identidade e determinados aspectos da cultura portuguesa. Ao longo de todo o estudo dos elementos linguísticos e literários da escrita antuniana que compõem esse puzzle, nos valemos das considerações de Arnaut (2002; 2008; 2009), Navas (2012) e Seixo (2002) sobre a obra do autor. Uma vez que o romance remete ao período neocolonial em Angola e à relação desse país com Portugal, nos apoiamos em Arnaut (2002; 2009), Hutcheon (1989) e Waugh (1984) para pontuar a relação entre o texto ficcional literário e o discurso histórico, nos valendo do conceito de metaficção para mostrar que o autor convida o leitor também a repensar os processos históricos desses países. Para dialogar com essa proposta de revisitação da História, nos referimos a Macedo (2006), Maxwell (2006) e Ribeiro (2004). Entendemos que esse caráter metaficcional do texto, nesse romance, cria um tempo-espaço da narrativa intersticial, expondo o interstício também no processo de identificação e construção das personagens. Nesse sentido, nos embasamos em Ribeiro (2004), Hall (2000) e Bhabha (1998), para tratar das questões de identidade e do sujeito no período pós-colonial. Essas questões nos permitem refletir sobre raça e pertença cultural, de modo que as considerações de Fanon (1986) sobre esses temas fundamente essa reflexão. Por fim, por podermos estabelecer, ao longo da análise do processo de construção das personagens, conexões pertinentes à cultura portuguesa, nos respaldamos em Ribeiro (2004), Oldoni e Freitas (2018) e Lourenço (1991; 1999). Ao concluirmos este estudo, ressaltamos que o convite ao jogo feito por Lobo Antunes faz do leitor um co-criador do romance, ao mesmo tempo em que o puzzle como estratégia narrativa nos leva a reconsiderar o local de Boa tarde às coisas aqui em baixo (2003) dentro do conjunto da obra do autor. |