Obliquidades do engenhoso cavaleiro Dom Quixote de la Mancha: auto-referencialidade textual e construção da personagem

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1993
Autor(a) principal: Vieira, Maria Augusta da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8145/tde-02092022-153700/
Resumo: A partir da década de cinquenta, aproximadamente, um debate se impôs no interior da crítica cervantina: a leitura realista passou a contestar a interpretação romântica do quixote que ressalta o caráter trágico e simbólico do cavaleiro. Preocupadas em destacar o cômico, os críticos realistas privilegiam a paródia das novelas de cavalaria. Ambas abordagens são parciais, pois generalizam aspectos da obra, não se detendo nas diferenças. Através do estudo das diferenças entre a primeira e a segunda parte, encontra-se no quixote de 1615 procedimentos narrativos mais voltados para a construção do romance como gênero literário do que para a paródia das novelas de cavalaria. Um desses procedimentos e a auto-referencialidade textual que se realiza através da inclusão do próprio leitor da primeira parte no universo ficcional. Este recurso, além de favorecer o questionamento das possibilidades narrativas da obra, amplia os domínios do narrador em relação à construção da personagem, arriscando um olhar indiscreto em direção a interioridade e favorecendo o aparecimento das dúvidas de Dom Quixote a respeito de sua capacidade para restituir ao mundo a ordem da cavalaria andante