Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Bianco, Thiago Mantello |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/17/17154/tde-11062021-081432/
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Resumo: |
A mutação JAK2V617F é o principal defeito molecular observado em neoplasias mieloproliferativas (NMP) negativas para o rearranjo t(9;22)/BCR-ABL1, está presente em 95% dos pacientes com policitemia vera (PV) e é observada em aproximadamente 50% dos pacientes com trombocitemia essencial (TE) e mielofibrose primaria (MFP). Além das mutações, diferentes células do nicho da medula óssea podem contribuir para o início e manutenção da doença. As células Natural Killer (NK) são linfócitos que tem um papel central na resposta imune inata contra tumores. Além das suas propriedades anti-leucêmicas, essas células apresentam uma alta capacidade regulatória que as tornam capazes de reduzir o potencial de enxertia e auto renovação de células-tronco hematopoiéticas (CTH) normais. Entretanto, em neoplasias originadas de transformação neoplásica das CTH, não se sabe até o momento se esta regulação é eficiente. Considerando que as CTH normais podem responder a estímulos mediados pelas células NK, é possível que uma deficiência funcional das células NK contribua para expansão de células-tronco neoplásicas ou que as CTH transformadas se tornem resistentes à ação antileucêmicas das células NK. Para estudar tal hipótese, utilizamos um modelo murino condicional knockin de expressão heterozigótica da mutação Jak2V617F (Jak2VF), no qual os camundongos que expressam a mutação desenvolvem uma neoplasia mieloproliferativa letal que se assemelha à PV humana. Realizamos análises imunofenotípicas e funcionais das células NK dos camundongos Jak2WT e Jak2VF isoladamente e em co-cultivo com CTH, avaliando seu potencial de proliferação, diferenciação e auto renovação. Os resultados mostraram que o baço dos animais doentes apresentava células NK CD27+ e uma redução de células NK CD11b+. Embora não significativo, quando comparados aos animais saudáveis, houve uma tendência ao acumulo de células NK CD27-CD11b- nos camundongos JAK2VF, o que corrobora com o aumento de células imaturas no baço. Além disso, observou-se que o perfil fenotípico das células NK na medula óssea é diferente da população de células NK do baço, na qual, os grupos JAK2WT e JAK2VF apresentou um acumulo de células imaturas e secretórias. Os ensaios funcionais revelaram que, quando comparadas ao grupo controle, as células NK no grupo JAK2VF apresentaram menor capacidade proliferativa e reduziram a frequência de células CD69+ após estimulo com PMA e ionomicina. Além disso, os dados demonstraram que a proporção de células NK CD69+CD107a+ foi similar em ambos os grupos. Os estudos da interação de células NK com CTH por meio do ensaio de CFU, revelou que o contato prévio com células NK isoladas dos animais saudáveis foi capaz de reduzir o potencial clonogênico de CTH, no entanto, o mesmo não foi observado com as CTH foram expostas a interação com células NK JAK2VF. Em resumo, os resultados obtidos neste estudo permitiram caracterizar um perfil imaturo e secretório de células NK JAK2VF. Funcionalmente, os dados revelaram que essas células apresentam menor capacidade de ativação, proliferação e de inibição do potencial clonogênico CTH. O comportamento fenotípico e funcional aberrante das células NK JAK2VF sugere um comprometimento da imunovigilancia do câncer e pode associar-se com a sustentação da doença. Além disso os dados apresentados forneceram uma nova perspectiva sobre comportamento das células NK no contexto de neoplasias mieloides. Acreditamos que a compreensão da heterogeneidade fenotípica e funcional dessas células possa contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas direcionadas ao controle das funções das CTH transformadas. |