Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
SOUZA, D. G. C. R. |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27161/tde-09112022-124141/
|
Resumo: |
Todos os sete longas-metragens do cineasta russo soviético Andrei Arsênievitch Tarkóvski (1932-1986), produzidos em vinte e cinco anos de carreira, apresentam referências diretas ou indiretas à história da arte. Esta dissertação dedica-se a investigar como a filmografia do diretor mobilizou telas, afrescos, gravuras e livros de arte na constituição de um imaginário cinematográfico singular, utilizando-se desse repertório como componente narrativo ou mesmo como premissa plástica para a arquitetura da cena. Com o objetivo de identificar e qualificar diálogos entre expressões artísticas, bem como o trânsito de formas, a pesquisa ocupa-se de três de suas películas, Infância de Ivan (Ivanovo detstvo, 1962), O espelho (Zerkalo, 1975) e O sacrifício (Offret, 1986). Infância de Ivan, analisado no primeiro capítulo, introduz o tema da experiência traumática da guerra, oferecendo elementos para a discussão desde o discurso propagandístico incitado pelo Partido Comunista, por meio da ampla produção e circulação de imagens, até a transposição para o cinema de um passado literário capitaneado por Dante Alighieri (1265-1321), da tradição iconográfica ortodoxa e do traço do gravador Albrecht Dürer (1471-1528). Na seção seguinte, dedicada a O espelho, o trabalho ocupa-se de compreender como Tarkóvski articula diferentes fontes visuais pintura e material de arquivo , a fim de construir um enunciado histórico, a um só tempo subjetivo e social. A análise revela conexões entre a inteligência criativa do realizador e o universo estético de nomes como Pieter Bruegel, o Velho (c. 1525-30-1569), Georges de La Tour (1593-1652) e Rembrandt van Rijn (1606-1669). Por fim, partindo da patente citação do renascentista Leonardo da Vinci (1452-1519), o estudo de O sacrifício sublinha uma tendência reflexiva na poética tarkovskiana, descortinando sua relação com o pensamento figurativo do século de ouro holandês. Assumindo o filme enquanto forma plástica e, à vista disso, conjugando a análise composicional ao exercício comparatista, a dissertação debruça-se sobre as propriedades visuais da obra de Andrei Tarkóvski, de maneira a elucidar os antecedentes culturais reverberados por sua cinematografia. |