Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Corrêa, Débora Klempous |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27152/tde-23072019-110107/
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Resumo: |
A produção cafeeira da segunda metade do século XIX não só atraiu fotógrafos para atestar reconhecimento à nova elite agrária, por meio do retrato em estúdio, como também gerou subsídios à imigração europeia para trabalhar nas fazendas de café. No sistema de colonato, a unidade de produção era familiar, mas a mulher, mesmo conjugando o trabalho na roça com o de subsistência, não era considerada trabalhadora rural. A mecanização da produção, a concentração da propriedade de terra e a aprovação de direitos trabalhistas no campo geraram uma expulsão em massa desses trabalhadores para as cidades, surgindo a figura da boia-fria. Mesmo com sua força de trabalho considerada individualmente, as mulheres ganhavam menos que os homens, enfrentavam o preconceito por andar de pau-de-arara, além de assumir uma segunda jornada na criação dos filhos e nas tarefas domésticas. Movimentos de retorno ao campo por meio da ocupação de latifúndios improdutivos foram se consolidando a partir da década de 1960, mas essa nova estrutura social construída nos acampamentos mantinha a mesma tradição patriarcal, em que o homem assume as posições de liderança e o título da terra, quando dividida. As mulheres exigiram seus direitos criando diferentes movimentos de emancipação, em busca de reconhecimento do seu trabalho, direitos previdenciários e mais participação política, e essas mudanças conquistadas foram alavancadas por políticas públicas de equidade de gênero no campo a partir de 2003. Não só o papel social da mulher camponesa de reforma agrária mudou, como também a imagem que ela tem de si. Nesse contexto que algumas mulheres do Assentamento Dandara, na cidade de Promissão, estado de São Paulo, foram retratadas fotograficamente e conduziram a forma como gostariam de ser vistas. As produções fotográficas foram acompanhadas de análise individual e coletiva, fabulações de si e dos seus pares pela mediação da memória e do imaginário. |