Onde estão as mulheres no canto coral? Compositoras e arranjadoras a partir da literatura acadêmica e da análise da programação de coros profissionais do Sudeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Andreta, Maria Rúbia de Moraes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27158/tde-20122023-152817/
Resumo: Esta dissertação teve como objetivo utilizar os estudos de gênero aplicados à musicologia para investigar e aprofundar o conhecimento acerca do repertório coral composto e arranjado por mulheres. A partir do estudo aprofundado da literatura sobre música e questões de gênero, e tendo como objeto de estudo o repertório executado por coros profissionais das capitais do Sudeste do Brasil, pretendeu-se problematizar a presença de mulheres compositoras e arranjadoras como parte do quotidiano de cantores, regentes e, consequentemente, do público. Para isso, desenvolvemos a pesquisa com uma metodologia mista, dividida nos dois capítulos desta dissertação. O primeiro capítulo consiste em uma revisão sistemática integrativa de periódicos brasileiros sobre música, entre 2012 e 2022, com foco em música de concerto e gênero. Analisamos e sintetizamos os principais temas, discussões e referenciais teóricos dos 79 artigos que corresponderam aos nossos critérios de inclusão, para compreender o desenvolvimento do tema no Brasil. Entre esses, apenas três artigos mencionaram a música coral. O segundo capítulo apresenta a análise documental dos programas de concertos de cinco coros profissionais das capitais da região Sudeste do Brasil Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Coral Paulistano, Coro Lírico Municipal de São Paulo, Coral Lírico de Minas Gerais e Coro do Theatro Municipal do Rio de Janeiro entre 2015 e 2021. A análise teve como objetivo observar o número de mulheres compositoras e arranjadoras que foram apresentadas nas performances dos coros durante esse período. Como resultado, descobrimos que apenas 1,7% do repertório pertencia a compositoras e arranjadoras. Além disso, os resultados permitiram identificar as situações e oportunidades em que as obras escritas por mulheres foram incluídas. Nas considerações finais, ao articular os resultados de ambos os capítulos, pudemos apresentar oportunidades e fazer sugestões para melhorar a presença das obras das mulheres no repertório coral. Essas sugestões incluem a implementação de programas temáticos que promovam a diversidade, o incentivo à encomenda e estreia de composições e arranjos de mulheres, e a organização de eventos e outras ações positivas para promover a igualdade de gênero. Para alcançar esses objetivos, enfatizamos a necessidade de regentes, gestores e instituições se comprometerem em combater o preconceito de gênero e apoiar iniciativas de igualdade de gênero. Este trabalho foi orientado por autores e conceitos fundamentais, como Joan Scott e seu conceito de gênero como recurso para análise histórica, as contribuições de Pilar Ramos López no campo da música e feminismo, e a pesquisa de Marcia Citron sobre gênero e o cânone da música.