A condição de vida de famílias em vulnerabilidade social e sua potencial relação com a saúde mental e o desempenho ocupacional escolar de crianças e adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Larissa Barros de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22131/tde-05032018-150009/
Resumo: A condição de vulnerabilidade social está associada a alguns fatores, tais como a inserção e estabilidade no mercado de trabalho, a debilidade das relações sociais e o grau de regularidade de acesso aos serviços públicos ou outras formas de proteção social. A exposição de sujeitos e grupos a riscos decorrentes de alterações significativas nestes fatores geram interferências de forma negativa em suas condições de vida individual, familiar e comunitária. Neste sentido, compreende-se que as experiências de vulnerabilidade social podem limitar o potencial das famílias de garantirem a sobrevivência e proteção de suas crianças e adolescentes e ter implicações negativas diretas no desenvolvimento destes. O objetivo geral deste trabalho foi analisar a condição de vida de famílias em vulnerabilidade social e sua potencial relação com a saúde mental e o desempenho ocupacional escolar das crianças e adolescentes. Trata-se de uma pesquisa de método misto que se utilizou de questionário sociodemográfico, mapas corporais narrados e entrevistas semiestruturadas para a coleta de dados. Esta se deu em um dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos, desenvolvido pelo Departamento de Proteção Básica da Secretaria Municipal de Assistência Social do município de Ribeirão Preto. Participaram do estudo as crianças e adolescentes que frequentam o serviço, seus professores, familiares e a coordenadora do local da coleta; sendo o presente trabalho aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP-USP). Para análise estatística da etapa quantitativa foi utilizado o programa IBM SPSS Statistic versão 24.0, na etapa qualitativa foi utilizada a análise de conteúdo. Os resultados identificaram a precária inserção das famílias tanto no eixo do trabalho, a partir de dados de desemprego, subemprego, baixos salários, quanto no eixo de redes sociais de suporte, evidenciando ruptura e/ou fragilização de vínculos, além da ausência de estratégias de cuidado. Foi possível, através das entrevistas e dos mapas corporais, identificar um sofrimento emocional por parte das crianças e adolescente, contudo notou-se grande dificuldade na percepção de tal estado, o qual não recebe a devida atenção por parte dos pais e professores. Observou-se também o prejuízo quanto ao desempenho escolar das crianças e adolescentes, devido a fatores principalmente relacionados à cultura de exclusão, à falta de estímulo da família, e o despreparo da escola e dos professores para trabalhar com tal população e sua realidade. Considera-se que há a necessidade de uma maior atenção aos grupos sociais vulneráveis a partir da formulação e implementação de políticas públicas, de programas de desenvolvimento social e ações efetivas do Estado e sociedade civil