Efeitos de análises de contingências sobre comportamentos clinicamente relevantes e sobre mudanças extra sessão

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Hartmann, Alessandra Villas Bôas
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47133/tde-24092015-154310/
Resumo: A Psicoterapia Analítica Funcional (FAP) tem o objetivo de trabalhar com as dificuldades do cliente através da relação terapêutica, reconhecendo três principais tipos de comportamento do cliente que podem ocorrer em sessão: CCR1 (comportamento-problema), CCR2 (comportamento de melhora) e CCR3 (comportamento de análise). Durante a interação terapêutica, o terapeuta deve estar atento aos CCRs do cliente (Regra 1), evocá-los (Regra 2) e responder a eles de forma natural, principalmente ao reforçar os CCR2s (Regra 3), verificar o efeito do seu comportamento sobre os CCRs (Regra 4) e utilizar estratégias de generalização através de análises funcionais sobre o comportamento do cliente, ou através da solicitação de tarefas de casa que ajudem a promover mudanças no dia a dia do cliente (Regra 5). É possível dividir a interação terapêutica realizada na FAP em duas partes: experiencial (que englobaria Regras 1 a 4; CCR1 e CCR2 do cliente); e analítica (que englobaria a Regra 5 bem como CCR3 do cliente). O objetivo do presente trabalho foi o de verificar se as análises existentes na parte analítica são necessárias, ou ao menos auxiliares, na condução da FAP e, em especial, na transferência de aprendizagem ocorrida em sessão para fora dela. Para isso, foi realizado com duas clientes um delineamento experimental de caso único, do tipo A-B-BC-B-BC, no qual A correspondeu a terapia comportamental sem o uso sistemático da FAP; B correspondeu a inserção das Regras 1 a 4 da FAP; e BC a manutenção das Regras 1 a 4 e acréscimo da Regra 5. Foi realizada uma sessão de follow-up, com condução semelhante a Fase A, cerca de seis meses depois de encerrado o procedimento, a fim de se verificar a manutenção dos ganhos obtidos com o procedimento. As sessões foram filmadas e posteriormente categorizadas com o sistema FAPRS, analisando-se o comportamento de terapeuta e clientes dentro da sessão experimental. Além disso, dados foram coletados fora da sessão terapêutica, através de registro externo das clientes, de um observador externo para uma das clientes e da aplicação do instrumento EAS-40. Melhoras intra e extra sessão foram alcançadas com a condução do procedimento e mantidas até a sessão de follow-up. Foi observado que emissões de Regra 5 na Fase BC, influenciaram o comportamento das clientes de analisar seus próprios comportamentos, incluindo a relação terapêutica. No entanto, não foi observado um efeito diferencial da Regra 5 sobre CCR1 e CCR2 das clientes e tampouco sobre os comportamentos problema e de melhora fora da sessão. Discute-se que diante de um processo claro de modelagem como o conduzido na FAP, análises emitidas por terapeuta ou cliente não pareceram ser necessárias. Talvez tais análises auxiliem nas melhoras obtidas, mas ao menos na presente pesquisa, não o fizeram de forma expressiva e inquestionável. Discussões ainda são levantadas a respeito de instrumentos de coleta sobre melhoras externas e as vantagens que que podem ser alcançadas ao se realizar coletas de dados por diversas fontes, incluindo relatos em sessão de episódios de melhora ou problema externo