O invasor coral sol e mudanças climáticas: efeitos da temperatura na dispersão pelágica e competição interespecífica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Andreia Cristina Barbosa de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59139/tde-18022020-222423/
Resumo: Atualmente, invasões biológicas e mudanças climáticas são consideradas as mais importantes ameaças à biodiversidade marinha. Os corais sol, Tubastraea tagusensis e T. coccinea, são espécies invasores que colonizaram habitats recifais costeiros da Flórida até o Sul do Brasil, impactando negativamente comunidades costeiras. Apesar de ser foco de diversos estudos, até o momento não há informação de como os corais sol responderão ao aquecimento dos oceanos provocado pelas mudanças climáticas. Para melhor compreensão dos mecanismos envolvidos na dinâmica da invasão na região e também prever suas possibilidades em um cenário futuro de aquecimento investigou-se: (i) padrões de distribuição espécie-específica desde grandes escalas entre localidades (dezenas de km) até pequenas escalas dentro de localidades (10 x 10 cm), além de sua distribuição de acordo com um fator ambiental chave (profundidade), como uma aproximação de preferencias térmicas; (ii) efeitos da temperatura na performance de colônias adultas em contato com um competidor nativo; (iii) efeitos da temperatura na taxa de mortalidade, assentamento e potencial de dispersão de propágulos de coral sol. Nossos resultados mostraram segregação de espécies entre localidades e tendências de distribuição espécieespecífica em diferentes profundidades, sugerindo possíveis preferências térmicas. A menores escalas, em locais com considerável co-ocorrência das espécies, foi observado um provável caso de coexistência neutra, onde a presença das duas espécies é independente. Quando em contato com uma espécie endêmica, o coral cérebro, T. tagusensis mostrou superioridade competitiva, provocando danos teciduais e redução de crescimento no coral nativo, sem demonstrar sinais de performance reduzida, independente de temperatura ou sazonalidade. Os propágulos de coral sol apresentaram impressionante plasticidade, o que provavelmente afeta o seu tempo em ambiente pelágico e potencial de dispersão devido a 7 uma eventual janela de competência secundária, regulada por temperatura, o que permite uma resposta de escape de ambientes com altas temperaturas, onde as taxas de mortalidade são altas. De forma geral, esse trabalho apresentou um cenário preocupante, uma vez que a performance dos corais sol será dificilmente afetada pelas mudanças climáticas. Aquecimento dos oceanos em regiões temperadas podem promover aumento da área invadida para regiões subtropicais e temperadas onde as condições de temperatura e condições para sobrevivência de propágulos e assentamento são melhores