Avaliação do potencial farmacológico dos corais invasores Tubastraea coccinea e Tubastraea tagusensis (Scleractinia, Cnidaria)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Carpes, Raphael de Mello
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16112
Resumo: A grande diversidade de espécies no ambiente marinho dá origem a compostos com padrões estruturais únicos não encontrados em produtos naturais de outra natureza com um grande potencial para uso farmacológico, cosmético, nutricional, entre outros. Os corais pertencentes à ordem Scleractinia foram ignorados como fontes de produtos naturais por muitos anos, pois não eram associados à produção de metabólitos secundários como uma estratégia de defesa nesses corais duros. O gênero Tubastraea (Classe Anthozoa, Ordem Scleractinia, Família Dendrophylliidae) é caracterizado como corais duros sem a presença de zooxantelas, porém espécies desse gênero apresentam compostos com valor farmacológico. Este gênero foi primeiramente registrado, na costa brasileira, no início do século XXI. A introdução desses organismos, também conhecidos como coral sol, ocorreu através de sua incrustação em plataformas de petróleo e gás na Bacia de Campos, região norte do estado do Rio de Janeiro. As espécies invasoras identificadas como Tubastraea coccinea e Tubastraea tagusensis obtiveram sucesso no seu processo de expansão no litoral brasileiro. Ambas as espécies representam ameaça a organismos endêmicos das regiões invadidas. Estudos recentes do nosso grupo de pesquisa demonstraram que extratos metanólicos desses corais apresentaram atividade anti-inflamatória em ensaios de edema induzido por carragenina em patas de camundongo e atividade citotóxica e mutagênica para linhagens de Salmonella enterica serovar Typhimurium. Este trabalho tem como objetivo analisar o potencial tóxico e farmacológico de amostras dos corais invasores T. coccinea e T. tagusensis. Para isso, extratos metanólicos, etanólicos e substância sintetizada oriundos desses corais foram avaliados quanto a sua capacidade anti-inflamatória, mutagênica, genotóxica, citotóxica, antiparasitária e antimicrobiana, assim como, suas composições foram elucidadas através de análises químicas. Os dados de cromatografia líquida de alta eficiência, espectrometria de massas e cromatografia a gás sugerem a presença de derivados de aplisinopsina, substância pertencente a classe dos alcaloides. Não foram observados efeitos mutagênicos e genotóxicos em todas as amostras nas concentrações avaliadas. Respostas citotóxicas foram observadas para células eucarióticas em todas as amostras nas duas maiores concentrações (500 e 5000 µg/mL). A atividade anti-inflamatória foi observada em todas as amostras avaliadas nos ensaios in vivo, com destaque para a espécie T. coccinea, cuja fração de acetato de etila demonstrou maior eficácia in vitro. As amostras testadas para toxicidade em Tripanosoma cruzi não apresentaram tal efeito em nenhuma forma do parasita. Entretanto, os extratos metanólicos demonstraram ação tóxica para o parasita Leishmania (Viannia) braziliensis. Para a atividade antimicrobiana, os extratos metanólicos demonstraram resultados interessantes, apresentando citotoxicidade para a linhagem Streptococcus pyogenes (8668) e sendo capazes de interferir na formação de biofilme da linhagem Staphylococcus aureus (ATCC 25923).