Abundância de samambaias em metacomunidades: relacionando padrões e processos com modelos estatísticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Mortara, Sara Ribeiro
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-17082016-141523/
Resumo: Entender como comunidades são estruturadas a partir de um pool de espécies é uma questão central em Ecologia de Comunidades. Diversas abordagens foram propostas para estabelecer a ligação entre os padrões de estrutura de comunidades e os processos que os geram. As regras de assembleia e a abordagem filogenética em ecologia de comunidades são alguns exemplos. Entretanto, o que estas abordagens não levam em conta é o efeito de processos neutros na estruturação de comunidades. Há um consenso de que tanto nicho como neutralidade afetam a estrutura de comunidades e que se deve avaliar a importância relativa de cada um destes processos. A ideia desta tese foi usar modelos estatísticos para representar como processos neutros e de nicho geram padrões em comunidades. No Capítulo 2 propus uma abordagem baseada em modelos hierárquicos através da qual é possível expressar processos neutros e de nicho. A partir disso, foi possível representar hipóteses em que apenas processos neutros afetam a estrutura da comunidade, apenas processos de nicho ou diferentes combinações entre ambos. Usando seleção de modelos, identifiquei qual a combinação de processos melhor explica as abundâncias observadas das espécies. Com isso, mostrei que as comunidades de samambaias em gradientes altitudinais na Serra do Mar no Paraná, Brasil são estruturadas por uma mistura de filtro ambiental, deriva ecológica e limitação de dispersão. O filtro ambiental define as abundâncias das espécies selecionando as melhores estratégias ecológicas das espécies dependendo da altitude. A variação de abundância entre as espécies que compartilham as mesmas estratégias ecológicas é explicada em parte por deriva ecológica e limitação de dispersão e, em parte, por filtro de habitat independente dos atributos das espécies incorporados no modelo. Com isso, delimitei como processos baseados em nicho e neutralidade afetam a abundância das espécies de samambaias ao longo de gradientes altitudinais. No Capítulo 3 usei um estudo de caso para explorar a ideia central da abordagem filogenética em ecologia de comunidades de que é possível inferir os processos que afetam as comunidades com base em padrões locais de estrutura filogenética. Usei a abordagem de modelos proposta no Capítulo 2 para simular comunidades geradas por processos puramente neutros, puramente de nicho e uma combinação hierárquica entre os dois. Encontrei que comunidades geradas apenas por processos de nicho geram estruturas filogenéticas aleatórias na maioria dos casos. A detecção de estruturas filogenéticas aleatórias foi ainda mais frequente nas comunidades geradas por processos puramente neutros e pela combinação de processos neutros e de nicho, não sendo possível a distinção entre estes dois cenários. Desse modo, o estudo de caso mostrou que estruturas filogenéticas não aleatórias são muito pouco plausíveis e que os processos neutros geram uma forte assinatura nos padrões de estrutura filogenética. Com a abordagem proposta nesta tese foi possível delimitar a influência de processos de nicho e neutralidade em comunidades e entender suas consequências em termos dos padrões por eles gerados. A tradução dos diferentes processos em modelos mistos mostrou-se uma ferramenta poderosa para quantificar padrões e construir explicações de como os processos operam juntos