Padrões de raridade entre escalas espaciais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Lopes, Rafael Pelletti Fidelis
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41134/tde-23032023-170205/
Resumo: A alta frequência de espécies raras em comunidades ecológicas é estudada em grande parte pelas curvas de distribuição de abundâncias de espécies (DAE). Porém as espécies podem ser raras de outras formas que não são capturadas pelas DAEs, como por suas distribuições geográficas. Rabinowitz (1981) propôs uma classificação de três critérios de raridade (abundância local, distribuição geográfica e especificidade de habitat) que contemplam outras formas em que espécies podem ser raras e a dependência de escala da classificação de raridade. Entretanto, os próprios critérios propostos são dependentes da escala espacial. Entender a relação entre a proporção de espécies raras em comunidades e a escala espacial é importante para a conservação da biodiversidade e o avanço teórico no entendimento de padrões e processos ecológicos que explicam a alta frequência de espécies raras em comunidades. Atualmente temos dois modelos mais aceitos para explicar a alta frequência de espécies raras: a hipótese core-ocasional (Magurran, 2003) e a teoria neutra da biodiversidade (Hubbell, 2001). Neste trabalho propomos que a relação entre raridade e escala espacial pode ser investigada como uma relação alométrica. As relações alométricas foram analisadas como regressões lineares entre a quantidade de espécies raras e comuns de amostras de comunidades progressivamente maiores. As regressões geram coeficientes que nos dizem a taxa com que o número de espécies em cada categoria (rara ou comum). As relações alométricas foram aplicadas sobre dados empíricos e simulados com diferentes critérios de raridade com o objetivo de: descrever a relação entre a proporção de espécies raras e a escala espacial; compreender o efeito de diferentes critérios de raridade nessa relação; encontrar possíveis sinais de processos ecológicos da hipótese core-ocasional e teoria neutra na relação entre raridade e escala. Nossos resultados indicam que a proporção de espécies raras é dependente de escala para todos os critérios testados e que a relação alométrica entre categorias depende do critério de raridade. Para as simulações encontramos relações de alometria similares entre comunidades dos diferentes modelos. A principal descoberta do trabalho foi a presença de um padrão subjacente nas comunidades empíricas e simuladas, que permite a explicação de todas as relações alométricas encontradas. Esse padrão é a ocorrência de espécies hiperdominantes. Esse padrão indica que em escalas regionais as comunidades possuem uma frequência muito alta de espécies raras, que são agregadas, restritas e podem ser abundantes localmente mas possuem abundâncias relativas muito baixas comparadas com as espécies hiperdominantes, que são comuns em abundância e distribuição em todas escalas. Ambas as simulações reproduzem esse padrão, reforçando como vários processos podem gerar os mesmos padrões.